A Comabe é uma empresa tradicional de Bento Gonçalves que expandiu seus mercados para todo o Rio Grande do Sul e interior de Santa Catarina vendendo e alugando máquinas copiadoras e suprimentos para empresas. Ao longo de 52 anos se especializou, conquistou prêmios pela excelência dos serviços, mas também, como lembra Jordano Zanesco– que sucede ao pai e fundador Lênio, na direção da empresa – a empresa precisou se reinventar inúmeras vezes.
A mais recente reinvenção não veio de graça, deu-se no rastro de mudanças trazidas pela pandemia que obrigou empresas e profissionais a aderirem ao home office. “Documentos precisaram transitar pelas redes e era necessário dar segurança e veracidade aos mesmos. A lei de liberdade econômica, de autoria do deputado federal Jerônimo Goergen, foi uma oportunidade que nos impulsionou”, relata Jordano. Pela normativa, inúmeros documentos não mais precisarão ser armazenados, desde que desejam digitalizados na forma correta. Da mesma forma transações estão sendo aceitas com assinatura digital e tem validade jurídica. Tudo armazenado na nuvem da internet, é o movimento papperless.
Mas, se a nova lei de liberdade econômica é uma oportunidade a empresas, há também uma ameaça que estimula os novos negócios da Comabe: a Lei Geral de Proteção de Dados que entra em vigor a partir de agosto com pesadas multas a quem descumprir regras. “Temos maneiras de organizar e dar meios de proteção aos dados das empresas. Onde e como guardar, definir quem pode acessar e como apagar os dados sempre que necessário”, explica.
Entre os clientes já atendidos pela empresa neste assunto da digitalização estão muitos hospitais, a maioria dos Detrans do interior do Rio Grande do Sul, escritórios de contabilidade e cartórios. O novo front é oferecer o serviço às pessoas físicas e profissionais liberais que lidam com documentos e assinatura em suas rotinas diárias.
Jordano entende que conseguiu embarcar nesta nova área de atuação por estar em contato direto com grandes players e consegue, desta forma, visualizar oportunidades. O investimento se deu basicamente na contratação de pessoas ( programadores e vendedores), hoje em número de 46 dentro do setor. As copiadoras? Continuam sendo vendidas, mas hoje são apenas uma pela na engrenagem e se comunicam integradas ao sistema de ERP das empresas servidas.
Quanto ao custo de implantação e manutenção do serviço Zanesco lembra que é necessário investimento inicial para formatação do pacote. “É um serviço customizado. Para um escritório de contabilidade precisamos formatar a digitalização de 150 documentos/formulários diferentes. Então há este custo variável de entrada. Depois a manutenção tem um pacote básico de R$ 49,90 mensais ou redes de lojas que pagam até 9,90 para cada filial e ainda profissionais liberais por menos de R$ 20,00 mensais”.