SUCESSÃO DE FRANCISCO

Cardeais se reúnem no Vaticano para o conclave que escolherá o novo papa

O isolamento já começou: os sinais de telefonia serão cortados para impedir qualquer influência externa

Cardeais iniciam isolamento no Vaticano para o conclave | Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP
Cardeais iniciam isolamento no Vaticano para o conclave | Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP

Os cardeais começaram nesta terça-feira (6) a ocupar a residência de Santa Marta e outras dependências do Vaticano, onde permanecerão isolados durante o conclave que vai definir o novo papa. A escolha do sucessor de Francisco, falecido em 21 de abril, mobiliza os 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo.

Vaticano em isolamento

O Vaticano cortará os sinais de telefonia e internet a partir das 15h (10h de Brasília) desta quarta-feira (7), quando começa oficialmente o conclave. A medida garante o sigilo absoluto do processo de escolha. Durante o isolamento, os 133 cardeais com menos de 80 anos — os únicos com direito a voto — não poderão usar meios de comunicação e devem manter absoluto silêncio sobre o que se passa nas sessões.

A missa que abre o conclave ocorrerá pela manhã, na Basílica de São Pedro. Os cardeais já começaram a ocupar os quartos sorteados na residência de Santa Marta, construída por ordem de João Paulo II e usada desde 2005. Neste ano, devido ao número recorde de participantes, o Vaticano também adaptou um edifício vizinho para abrigar os religiosos.

Expectativa e diversidade marcam a escolha

Durante a votação na Capela Sistina, fiéis aguardam a fumaça branca — sinal da eleição do novo papa. Em 2025, o conclave pode durar mais que os dois dias das últimas escolhas, devido à diversidade recorde entre os cardeais, vindos de 70 países.

Desde a morte de Francisco, cardeais participam de reuniões diárias para debater finanças, abusos, unidade da Igreja e o perfil do novo papa.

“Há candidatos, por assim dizer, naturais, aqueles que já são conhecidos por seu papel e sua personalidade. E depois há aqueles que falam e fazem você pensar: esta é uma afirmação forte. Mas não há nenhum que ‘esmague’ os outros, ninguém em que você possa pensar: será ele”, afirmou o cardeal Jean-Paul Vesco, arcebispo de Argel, ao jornal Corriere della Sera.

Segundo ele, pelo menos cinco ou seis nomes despontam com chances reais, o que reforça o caráter aberto, plural e sigiloso do processo que definirá o próximo líder da Igreja Católica.