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Quadrilha de tráfico de drogas movimentou cerca de R$ 3 milhões em Caxias

Quadrilha de tráfico de drogas movimentou cerca de R$ 3 milhões em Caxias

A Polícia Civil concluiu a investigação acerca da ação de uma organização criminosa que atuava no tráfico de drogas em Caxias do Sul. O inquérito de 1,4 mil páginas será remetido à Justiça nesta quinta-feira, dia 14, e pede o indiciamento de 15 pessoas por lavagem de dinheiro. 

 

A quadrilha era coordenada pelo advogado Jeferson Montanari, preso juntamente com outras 15 pessoas na Operação Castelo de Areia, deflagrada no dia 11 de dezembro de 2015 pela Polícia Civil.

 

Conforme os delegados Paulo Roberto Rosa e Marcelo Grolli, responsáveis pelas investigações, a quadrilha movimentou cerca de R$ 3 milhões durante os últimos cinco anos. Como o primeiro inquérito policial foi concluído com a prisão dos envolvidos, a polícia instaurou um segundo inquérito com o objetivo de descapitalizar a quadrilha, retirando os bens adquiridos com o dinheiro ilícito. “O objetivo é descapitalizar esses traficantes e todas as pessoas envolvidas na organização criminosa”, disse Rosa.

 

As investigações apontam uma série de fatos que comprovam o enriquecimento astronômico dos dois principais elementos da quadrilha. Jeferson Montanari, conhecido como Fera, teve 34 veículos nos últimos cinco anos, avaliados pela polícia no valor de R$ 961 mil. Em 2010, no início das investigações, Montanari possuía um Vectra avaliado em R$ 15 mil. Cinco anos depois, ele circulava com uma Mercedes, avaliada em R$ 80 mil. Além disso, a polícia estima que o criminoso tenha adquirido ao menos cinco imóveis nesse período, somando um gasto de R$ 642 mil.

 

Jeferson Montanari ainda teria gasto, em despesas gerais, aproximadamente R$ 686 mil. Nesse montante, estão contemplados a pensão dos filhos, a faculdade de Direito para ele a para a esposa, a reforma da casa da sogra e compras em lojas de roupas que contabilizam R$ 221 mil. Montanari mantinha uma empresa de Guinchos – JM Guinchos – que operava formalmente. Conforme a polícia, a intenção dele era justificar o aumento no patrimônio por meio da empresa, mas a receita da empresa era infinitamente inferior aos ganhos.

 

O gerente do tráfico, identificado como Marcos Antônio Rodrigues Pereira, conhecido como Marcos B2, teve 21 veículos no período, avaliados pela polícia em um valor aproximado de R$ 500 mil.

 

Para o delegado Marcelo Grolli, esses valores são os que podem ser comprovados, mas certamente o valor gasto é maior. “Essas são as despesas comprovadas, mas certamente há outras. Essas deixaram rastros no sistema formal, mas certamente há outras na informalidade”, revela Grolli.

 

Operação Castelo de Areia

 

A quadrilha, desarticulada no dia 11 de dezembro de 2015, era a maior de Caxias do Sul na comercialização de crack. Conforme as investigações da Operação Castelo de Areia, que recebeu esse nome porque a expressão era usada pela esposa de Jeferson durante brigas em tom de ameaça, a droga vinha de São Leopoldo e era distribuída para Caxias, São Marcos e Vacaria. No dia 10 de novembro, o mineiro Eduardo Henrique, de 28 anos, foi flagrado na BR-116 com 5,5 kg de crack, escondidos no encosto do banco de uma Parati placas AAV-8112. Conforme o delegado, à época essa apreensão revelou que aquela era a carga semanal trazida do Vale dos Sinos.

  

Confira os 14 presos durante a operação Castelo de Areia, realizada em dezembro de 2015:

 

– Jeferson Neves Montanari, o Fera. (chefe da quadrilha).

– Suelen Neves Montanari.

– Iris das Neves Montanari.

– Eugênio Carlos Montanari.

– Jomara Fim.

– Rosenei Fim de Morais.

– Renato Alves de Oliveira.

– Maros Paulo da Silva.

– Carine Seider do Nascimento.

– Marco Aurélio Vieira dos Santos (preso em São Marcos).

– Eduardo Henrique.

– André Luiz Lipes Pinto Júnior

– Levino Moura de Oliveira.

– Daniela Ribas de Camargo (presa em flagrante).