Memória LEOUVE

Prefeito de Monte Belo recorre de bloqueio dos bens

Prefeito de Monte Belo recorre de bloqueio dos bens

O prefeito de Monte Belo do Sul, Adenir José Dallé, deve recorrer da decisão judicial que mandou bloquear os seus bens, de sua esposa Eleliane, que foi secretária de Saúde, do ex-secretário de administração do município, Roque Faé. do empresário Carlos Shroeder e da empresa Cristal Aqua Saneamento e Assessoria, em uma decisão liminar da juíza Sônia Fátima Battistela, da 2ª Vara Cível de Bento Gonçalves.

 

O desembargador aposentado Mário Rocha Filho, que responde pela defesa de Dallé, afirmou que só vai se manifestar “no tempo e no palco adequado, que é o processo”. Mesmo assim ele admite que a resposta adequada ao bloqueio dos bens é a busca pelo recurso.

 

A decisão judicial é parte do processo que apura o envolvimento deles em um esquema de pagamento de propinas que teria ocorrido entre janeiro de 2005 a dezembro de 2012 através de um inquérito civil instaurado em setembro de 2014 pelo Ministério Público (MP). A denúncia afirma que os envolvidos teriam recebido propina de R$ 6 mil mensais da empresa, contratada para tratar a água do município no período de 2005 a 2012. Segundo o despacho da juíza, ficou comprovada “de forma inequívoca”, através de vídeos e escutas telefônicas, o pagamento da propina e sua destinação como caixa dois de campanha.

 

Junto com o bloqueio dos bens, a juíza determinou que a Cristal Aqua Saneamento e está proibida de ser contratada pelo poder público e de participar de licitações na comarca de Bento Gonçalves.

 

Além do processo cível que corre na segunda vara da comarca de Bento Gonçalves, os acusados respondem também a um processo criminal, que já está em fase de conclusão na 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado (TJRS), responsável pela apuração de casos que envolvem prefeitos.

 

Dallé fala em perseguição

Exercendo o terceiro mandato á frente da prefeitura de Monte Belo do Sul após ter permanecido fora da gestão por quatro anos, Adenir Dallé se diz perseguido.

 

“Como é que receberíamos R$ 6 mil se o montante pago à empresa era de cerca de R$ 4 mil?”, questiona, lembrando que, no início do contrato, o valor era pouco mais de R$ 3 mil e só nos últimos meses de 2012 superou os R$ 5 mil mensais.

 

O prefeito acusa a administração anterior de perseguição, e cita uma ação da Polícia Federal realizada a apenas uma semana depois das eleições e que resultou na sua prisão por posse de arma de fogo como exemplo.

 

“Aquela ação era para ter acontecido uma semana antes, quando a eleição ainda não tinha sido realizada. A ideia era evitar a minha eleição”, acusou.

 

Dallé afirma que está tranquilo, e refuta a existência de escutas ou vídeos que o incriminem. Quanto a isso, o prefeito garantiu que buscará reparação judicial “tão logo reste comprovada” sua inocência.

 

Edição: Rogério Costa Arantes