Três jovens foram vistos passando próximo a barraca onde estava o homem no bairro Pio X na noite de sexta-feira. Estado dele é grave
A Polícia Civil de Caxias do Sul está investigando o envolvimento de três jovens suspeitos de terem colocado fogo em uma barraca onde dormia o morador de rua Carlos Miguel dos Santos, 45 anos, na noite de sexta-feira, no bairro Pio X. Conforme o Comando Regional de Policiamento Ostensivo, em torno de 21h30min, uma testemunha avistou o trio passando pela rua Moreira César, esquina com a rua Jacinto Madalosso e Isidoro Mary, mas não soube afirmar se foram eles os causadores do crime. A princípio, o caso é tratado como tentativa de homicídio, mas não está descartadaa possibilidade da vítima ter se queimado fazendo fogo na barraca ou fumando.
Miguel teve 80% do corpo queimado e chegou a sair da barraca em chamas. Populares que estavam próximo a um posto de combustível pegaram um extintor de incêndio e salvaram o andarilho que foi conduzido ao Hospital Pompéia em estado gravíssimo. Ainda segundo testemunhas, ele vivia no local há cerca de seis meses e era catador de lixo.
Segundo um primo dele, o metalúrgico Luiz Carlos Teixeira, 34 anos, Miguel sofria de problemas mentais e era dependente de álcool e drogas. De acordo com Luiz Carlos, o papeleiro viveu com eles até cerca de quatro anos atrás. Como o pai morreu quando ele era adolescente, e Carlos Miguel mal conheceu sua mãe, foi morar junto com os primos, na casa da avó, já falecida. Quando decidiram por demolir a casa para reconstruí-la em melhores condições, saiu para morar em um abrigo de papeleiros. “Não alfabetizado”, como consta na sua Carteira de Trabalho, e convivendo com problemas de alcoolismo, saiu do abrigo e dormiu por algumas noites no albergue municipal, até se mudar, há menos de um ano, para o barraco onde viveu até a noite de sexta. Mas Luiz Carlos e seu irmão, Adriano, esperam pela recuperação do primo Carlos Miguel para morarem com ele.
Além da primeira hipótese levantada, de incêndio provocado pelos jovens, a Polícia Civil considera ainda que uma mulher, suposta companheira de Carlos Miguel, possa ter sido a autora do crime. Uma terceira hipótese, de que tenha havido um acidente, provocado por uma fogueira ou algum material inflamável, também é considerada.
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