O delegado responsável pelo caso das mortes das ciclistas, quinta-feira, Cristiano de Castro Reschke, irá intimar testemunhas para ajudar a esclarecer os fatos, nesta segunda. As duas jovens foram atropeladas por ônibus, em diferentes locais de Porto Alegre. Patrícia Silva de Figueiredo, 21 anos, circulava na avenida Erico Verissimo quando foi atingida por um coletivo da linha Belém Velho, consórcio STS. Já Daíse Duarte Lopes, 19, estava pedalando no cruzamento das ruas Martim Félix Berta com 6 de Novembro, e foi atropelada por um veículo da Unibus. Ambas eram estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que manifestou luto pela perda das alunas.
De acordo com o integrante da Comissão dos Rodoviários, Alceu Weber, a causa das mortes foi a falta de condições de trabalho aos motoristas. Ele disse que está cobrando da STS e da Unibus o cumprimento do Decreto 3048, que determina a comunicação de acidente de trabalho dos dois motoristas envolvidos. “Normalmente, ao invés de as empresas fazerem o que tem que ser feito, acabam culpando os funcionários”, acusou.
“Os profissionais se envolveram em um acidente de trabalho e estão sofrendo de estresse pós-traumático”, acrecentou Weber. Ele ressaltou que são necessárias providências e ajustes das linhas, já que o tempo da tabela de horários das viagens é, muitas vezes, curto.
O laudo do tacógrafo dos veículos está previsto para ser finalizado em 30 dias e deve confirmar se os condutores estavam dentro do limite de velocidade. Ambos podem responder por homicídio culposo.
Em média, 20 pessoas se ferem por dia em acidentes de trânsito em Porto Alegre. Até 20 de março, a Empresa Pública de Transporte e Circulação havia contabilizado 1.601 pessoas que sofreram lesões e 25 que perderam a vida.
* Correio do Povo