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Morte de jovens pode estar ligada à escândalo paraguaio

Morte de jovens pode estar ligada à escândalo paraguaio

""A morte de dois moradores de Bento Gonçalves Lucas Morini, de 23 anos, e Dionatan Cordova Dias, de 28, pode ter sido o estopim para um escândalo que já derrubou os chefes da polícia que controlava a região do Alto Paraná, subdivisão administrativa do Paraguai.

 

Segundo informações preliminares, estes policiais estariam envolvidos em um esquema de tráfico internacional de drogas e de roubo de cargas. Lucas e Dionatan foram assassinados a tiros e enterrados como indigentes no final de julho (a morte ocorreu no dia 26).

 

Foi instaurado um inquérito para averiguar esta corrupção policial depois de um agente ter feito a denúncia, que ocasionou no afastamento de 13 policiais, incluindo o chefe de polícia do Alto Paraná, Marildo Rojas, o diretor da 4ª Zona Policial, Simeon Martínez, e o chefe de investigação do departamento de polícia, Baldomero Jorgge.

 

De acordo com informações publicadas nos jornais paraguaios La Nación e ABC Color, Lucas e Dionatan estavam no território paraguaio para buscar drogas e armas. Eles teriam sido parados em uma barreira em Itakiry, a 100 km de Foz do Iguaçu (PR). Quatro policiais da cidade teriam recolhido 22 quilos de cocaína e três fuzis AK-47 que estavam em poder da dupla brasileira. Porém, esta apreensão não chegou à Delegacia paraguaia. E foi neste momento em que os jovens desapareceram. Seus corpos foram encontrados na manhã de 27 de julho, em um rio de Itakiry, e permaneceram sem identificação por mais de 20 dias.

 

Agentes de investigação da Polícia Nacional do Alto Paraná estiveram em Itakiry, alguns dias depois, e prenderam os policiais responsáveis pela apreensão da cocaína e das armas. Porém, eles foram liberados por ordem do chefe de investigação do Departamento de Polícia do Alto Paraná, Baldomero Jorgge. Já a droga e as armas foram vendidos, contando inclusive com o acobertamento pela cúpula policial daquela região. As denúncias vieram a tona no começo deste mês. A investigação das mortes está sob a responsabilidade da fiscal Maria Raquél Fernandez (cargo equivalente a promotora de Justiça no Brasil).