Fazer o bem, sem olhar a quem. A frase é pra lá de conhecida e repetida. É na entrega da bondade que se encontra a felicidade. Isto é uma convicção pessoal, mas já consagrada no meio de nós.
Nem sempre, entretanto, é assim. Há quem faça o bem e publique, panfleteie, se envaideça de forma exacerbada.
Está certo, vaidade em medidas moderadas não faz mal a ninguém. O que não pode é colocar a vaidade acima de outros valores e entre eles está promover o bem. E aqui juntei duas coisas a vaidade e o fazer o bem que certamente não deveriam andar juntas, pelo menos não em excesso.
Então, quando alguém trabalha bem, deve ficar feliz consigo mesmo. Pode até esperar o reconhecimento. Mas não pode sair pedindo aplausos, porque aí, bem, aí perde o valor. Reconhecimento deve ser subproduto da ação e não meta a ser alcançada.
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Sim, digo isto por conta de fotos em redes sociais mostrando políticos visitando famílias que tiveram danos na enchente. O ato é bom, a divulgação e os comentários elogiosos é que me causam certo embrulho.
OK, mas há mais a comentar nesta terça-feira. O Congresso da Organização Internacional da Vinha e do Vinho em Bento Gonçalves focalizam na cidade todas as discussões em torno de um setor tão vital para a região.
Importante notar que há mais de 300 painéis e exposições de trabalhos científicos com dados superinteressantes, mas o destaque, aquilo que chama a atenção no atacado, são os pleitos de caráter político-econômico. Busca-se melhor enquadramento fiscal para o setor e vantagens como a improvável criação de uma zona franca para que se possa vender o vinho em sua origem, no Vale dos Vinhedos, com tributação muito reduzida. Seria ótimo, mas descreio que tal benesse seja concedida. Antes disto o tesouro nacional é capaz de criar imposto pra quem puder visitar os locais de visitação. Uma subversão total dos bons preceitos para o desenvolvimento de um setor que, sabidamente, promove geração de renda de forma tão horizontalizada.
