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Um destino temerário, parte um

Um destino temerário, parte um

O relatório do deputado federal Sérgio Zveiter (PMDB) apresentado hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal aceitou a denúncia de Janot contra Temer e, mesmo que ninguém queira apostar se a comissão vai barrar a denúncia ou permitir o processo contra o temerário presidente, todos os lados já se mexem pra responder ao que vem por aí.

Enquanto Temer tenta desesperadamente se manter no poder a qualquer custo e vê a base aliada se esfarelar a cada dia apesar do vai-não-vai dos tucanos, a oposição faz contas pra ver se consegue emplacar a denúncia mesmo sem o apoio do relator.

Prevendo a derrota, o governo trocou nomes na comissão, como a saída do gaúcho José Fogaça e a entrada do capitão da tropa de choque Carlos Marun, mesmo que isso detone ainda mais a sua credibilidade e as chances de evitar o afastamento do temerário do mais alto cargo da política tupiniquim.

A verdade é que a situação do primeiro presidente denunciado da história deste país de botocudos está cada vez mais complicada, porque os deputados têm medo do que vem por aí. Há quem avalie que, se a primeira denúncia for derrubada, logo vem a segunda leva patrocinada pelo procurador-geral Rodrigo Janot, e inevitavelmente fatos novos virão de uma ou duas delações, do crocodilo Eduardo Cunha ou até do operador Lúcio Funaro – e aí já viu né? – todos ficam desmoralizados.

Mesmo assim, Temer não perdeu tempo e entrou em campo logo depois de voltar da patética figuração que fez na reunião do G20 na Alemanha, convocou ministros e deputados e aposta no Centrão do PP e outros partidos nanicos e siglas de aluguel pra garantir um placar favorável, senão na CCJ, pelo menos no plenário da Casa.

O certo é que entre a pressão popular, as manobras do governo, a tropa de choque em ação e a indefinição do tucanato se fica ou sai do governo, a partir da quarta-feira, quando a CCJ deve votar o parecer, a gente vai ficar sabendo como, entre a pressão por uma decisão a favor de Janot e o compromisso de não ficar contra Temer, vão se comportar os deputados.

E a partir disso, vamos começar a conhecer como Temer entrará para a história desta república das bananas.