A temporada de verão, no Litoral Norte gaúcho, vai chegando ao fim como melhor período das últimas duas décadas. A avaliação é da presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Shrbs) do Litoral Norte, Ivone Ferraz.
Ela destaca o retorno dos turistas argentinos e a permanência prolongada dos visitantes foram fatores essenciais para o desempenho acima das expectativas.
“Desde a época do curralito (crise econômica da Argentina no início dos anos 2000), não tínhamos um verão tão movimentado. Esse ano foi diferente porque, além dos gaúchos que costumam frequentar o litoral, os argentinos voltaram em grande número e ficaram mais tempo. Antes, o fluxo era concentrado nos finais de semana, mas agora tivemos ocupação contínua ao longo da temporada”, explica Ivone.
A alta do dólar, problemas sanitários em praias de Santa Catarina e a oferta variada de diárias impulsionaram o setor. Mas, mesmo com o sucesso da temporada, a antecipação do calendário escolar para fevereiro gerou preocupações entre os empresários do setor.
“É inviável montar uma equipe para 90 dias de temporada e, no meio de fevereiro, ver a movimentação cair drasticamente por causa do retorno às aulas. Precisamos discutir isso, pois países como Argentina e Uruguai começam o ano letivo em março e apresentam bons resultados educacionais”, argumenta Ivone.
Os picos de lotação ocorreram no Réveillon e no Carnaval, períodos tradicionalmente mais movimentados. Segundo a presidente do Shrbs, o calor intenso também favoreceu o turismo durante todo o verão. Para a presidente, a expectativa é de que o fluxo continue forte em março, principalmente entre turistas que buscam preços mais baixos e praias mais tranquilas.