Surdolimpíadas deixa prejuízo avaliado em mais de R$ 12 milhões em Caxias do Sul

Na tarde desta sexta-feira (3), ocorreu uma coletiva de imprensa, onde o CEO da 24ª edição das Surdolimpíadas de Caxias do Sul, Richard Ewald, fez a divulgação dos dados financeiros do evento. O ato ocorreu no bloco M da UCS e contou com a presença dos patrocinadores. Esta foi a primeira vez que a Surdolimpíadas foi sediada na América Latina e, consequentemente, deixou um legado importante para Caxias do Sul, com as demais 10 cidades da Serra Gaúcha envolvidas, movimentando o turismo na região e divulgando a Serra ao mundo através da imprensa local, nacional e internacional e, mais importante, dando a devida importância para a comunidade surda, principalmente no setor do esporte.

Porém, nem todos ficaram contentes, pois a realização do evento gerou uma dívida não prevista ao Comitê Organizador, o qual está alicerçado na Sociedade dos surdos de Caxias do Sul que, no deficit total, até o momento, gerou uma despesa de R$ 12.199.196,14 aos seus fornecedores. Conforme Richard Ewald, o grande fator que gerou estes grandes gastos foi a volta inesperada da pandemia entre os meses de janeiro e fevereiro, e da própria guerra no leste europeu, ocasionado na desistência de algumas delegações.

“A organização vinha com planejamento a partir de novembro com um cenário positivo, com um número de atletas e participantes muito alto e fez o dimensionamento de toda organização para aquele número. Alguns fatores macroeconômicos de uma força maior como o retorno da pandemia em janeiro e depois o advento da guerra causaram uma desistência de muitos atletas e delegações inteiras, além de duas suspensões de duas importantes delegações, então um contingente muito grande de pagantes que financiavam o evento foi degradado e por isto, nos últimos dias, antes da abertura, nós fomos surpreendidos com um número muito baixo e assim nasceu nosso problema” disse Richard.

Segundo Ewald, 12 nações ainda devem seus pagamentos, sendo que a delegação brasileira também não pagou. As despesas mais altas são nos setores do transporte e da publicidade (comunicação), seguido da área da hotelaria e gastronomia, sendo que são 250 CNPJ’s envolvidos. “Setorialmente, o montante pode até não ser tão grande, mas individualmente o contexto é diferente, pois aquele dinheiro pequeno pode ser muito importante para aquela empresa pequena. Temos esta sensibilidade e este entendimento”, relatou Richard.

Conforme Richard, a ideia proposta é comunicar os fornecedores uma vez por semana, e, a cada 15 dias, realizar um encontro para a decisão dos rumos conforme ocorre a entrada dos aportes. “Os movimentos são legitimados com a preocupação de mitigar o impacto econômico na vida de todas as pessoas que estiveram envolvidas. Estamos muito preocupados com isto e por isto estamos levando à administração público do Município, do Estado e do Governo Federal de forma de podermos aportar recursos regulamentares e extraordinários e está é a palavra – extraordinário – não é uma simples questão de prejuízo, mas era um prejuízo gerado por força maior e situações como esta exigem uma movimentação dos administradores públicos e por isso vamos sensibilizá-los seja na esfera federal, estadual e até municipal para que consigamos caminhos legais e aporte suplementar para que a gente resolva está questão”, destacou o CEO.

INVESTIMENTOS

Para a realização das Surdolimpíadas, também foi necessário uma série de investimentos. No total, foram R$ 9.888.470,16 investidos. Confira alguns valores.

Praças esportivas: Tiro / Clube Caxiense de Caça e Tiro

Investimento: R$ 5.831.017,46

Legado material: R$ 5.750.000,00

Praças esportivas – SESI

Investimento: R$ 2.128.624,00

Legado material: R$ 2.068.086,88