Dois dias, dois espetáculos, situações inusitadas e já que não fornece pão e parece que nem Justiça, o STF está dando circo ao povo. Na quarta-feira foi o nem tão raro bate-boca entre dois magistrados. Os desaforos proferidos por Luis Roberto Barroso contra Gilmar Mendes lavaram a alma de quem estava assistindo e devem entrar para os anais do folclore dos meandros jurídicos do país. Restou a dúvida sobre qual será o tipo de informação que Mendes tem quanto à atuação do antigo escritório de advocacia de Barroso. A gente sabe que a produção de sentenças e de salsichas têm algo em comum: melhor não conhece-las a fundo.
Ontem ficaram mais de quatro horas reunidos para decidir que só decidirão depois da Páscoa. – tem feriadão do Judiciário por causa da Páscoa, uma maravilha. Passaram a questão do Habeas de Lula à frente de quatro mil outros, inclusive o do Ministro Palocci – que é pra todo mundo saber quem manda. Sim manda Lula e não Palocci, que sempre foi um operador. Ao menos é isto que deduzo.
Assim como no grenal de quarta-feira em que um ganhou e quem comemorou foi quem perdeu. Lula e seus seguidores não têm motivos a comemorar. Lula é hoje o peru na véspera do Natal. Canta, come, bebe, mas seus dias estão contados. Faz uma caravana que parece uma maratona do seriado Walking Dead. Um espetáculo triste. Lula não é o Brizola da resistência e não tem o desapego de Getúlio Vargas. Nada de novo, a não ser que conseguiu dividir o país como resta claro nesta jornada.
A verdade é que a gente não sabe como seriam os episódios que levaram ao suicídio de Vargas ou ao ato de resistência de Brizola se à época existissem as redes sociais. A raiva está nas redes. Apela-se, de forma ignominiosa, a mentiras, agora rebatizadas de fake News.
Não sei como será o evento da caravana em São Leopoldo no final da tarde desta sexta. São Leopoldo é região metropolitana. Se em Livramento foi o relho, em Santa Maria o pontapé, tenho medo de uma reação armada na região metropolitana, reconhecidamente mais beligerante. São Leopoldo já foi comandada pelo PT tinha sindicatos fortes (pelo menos antes da reforma), então se houver confronto…sei lá, tomara que minha percepção esteja equivocada.
Voltando à questão do STF: eles bem que poderiam propor uma reforma do calendário juntamente com a CBF. Não podem as férias de final de ano dos clubes de futebol ser na mesma época do recesso do Judiciário. Os juízes fariam suas férias entre outubro e o final da temporada de futebol (meados de dezembro). Depois, enquanto os jogadores descansam, entre dezembro e janeiro, as sessões da corte seriam marcadas para os sábados e domingos. Não chega a ser assim nenhuma série com o selo Netflix, mas é diversão garantida pra todo mundo. Não sei porque a Globo não pensou nisto ainda.