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STF decide manter 44 horas semanais como referência para piso da enfermagem

Julgamento tem impacto sobre pagamento de profissionais celetistas

STF decide manter 44 horas semanais como referência para piso da enfermagem. (Foto: Internet / Reprodução)
STF decide manter 44 horas semanais como referência para piso da enfermagem. (Foto: Internet / Reprodução)

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria, manter as 44 horas semanais como referência para o pagamento do piso salarial nacional da enfermagem. Além disso, determinou a negociação coletiva regionalizada sobre o pagamento do piso no setor privado. A decisão encerrou, às 23h59 desta segunda-feira (18), o julgamento de sete recursos sobre o assunto no plenário virtual, no qual os ministros registraram seus votos de forma remota.

O entendimento do ministro Dias Toffoli prevaleceu, defendendo 44 horas semanais como referência e autorizando a redução salarial, com pagamento proporcional do piso em caso de redução de jornada. O impacto da decisão recai principalmente sobre o pagamento dos profissionais celetistas que atuam em hospitais privados. Para profissionais de enfermagem do setor público, o Supremo já havia validado o pagamento imediato do piso em uma ocasião anterior.

No caso dos profissionais celetistas, a maioria dos ministros votou a favor da realização de negociação coletiva para definir o pagamento do piso, com a prevalência do negociado sobre o legislado. Houve também a decisão de autorizar a abertura de dissídio coletivo caso as negociações não avancem, uma mudança em relação ao entendimento anterior do Supremo.

O voto vencido do ministro Luís Roberto Barroso defendia a redução da carga horária semanal para 40 horas e a nacionalização da regra, em contraste com a regionalização proposta.

Segundo a lei, o novo piso para enfermeiros do setor público ou privado, contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é de R$ 4.750. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325), enquanto auxiliares de enfermagem e parteiras recebem 50% (R$ 2.375).

Em 2022, o pagamento do piso havia sido suspenso pelo STF devido à falta de previsão de recursos para garantir a quitação dos profissionais da rede pública. No entanto, foi liberado em maio após o governo federal abrir crédito especial para o repasse de R$ 7,3 bilhões para estados e municípios pagarem o piso.