O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua) continua na luta contra a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Após o lançamento da privatização da companhia ainda no ano de 2021, o sindicato tem se mobilizado e protestado contra o processo. Um novo ato ocorre na próxima quinta-feira (08), em Porto Alegre.
O Projeto de Lei 211/2021 foi autorizado na Assembleia Legislativa em agosto de 2021, onde permite que o governo de plantão no Palácio do Piratini inicie o processo de privatização da Corsan, a qual atualmente, oferece os serviços totalmente de forma pública. No mandato de Eduardo Leite, governador do Estado, a privatização foi defendida como “processo de modernização no RS”. A proposta recebeu 33 votos favoráveis e 19 contrários.
O diretor de divulgação do Sindiágua, Rogério Ferraz, salienta a falta de informação para a população em detrimento da privatização. Ele destaca que nem mesmo vereadores tiveram acesso ao documento que traz os detalhes da venda.
“Essa questão da tentativa de privatização da Corsan nasceu de maneira muito errada. O governador Eduardo Leite primeiro anunciou a venda da Corsan. Depois ele foi conversar com os prefeitos, que são os verdadeiros donos, digamos assim, pois o saneamento pertence ao município. Como deveria ter sido o primeiro ato do governador? Conversar com os prefeitos. Se os prefeitos estivessem de acordo com essa venda, depois então, ele continuaria com o processo. São os prefeitos que devem determinar o que eles querem para seu município em matéria de saneamento. Então, começou de maneira errada. E também, há falta de informação. Não se sabe nada e os prefeitos, foram muitos deles enganados pelas equipes de consultoria da Corsan. A população sabe menos ainda. Os vereadores de algumas cidades não tiveram sequer acesso ao processo, ao que ele realmente tem nos documentos”.
Conforme Ferraz, os prefeitos que assinaram o documento autorizaram um dos aumentos da estrutura tarifaria com a venda da estatal. “Uma das maneiras de aumento é a mudança da estrutura tarifária, e isso a população não sabe. A população não tem sequer conhecimento do que o prefeito assinou. E uma outra questão sobre tarifa também é o aumento que se dará, pois hoje, como a Corsan é uma empresa iminentemente pública, ela não paga imposto de renda, o imposto sobre o lucro da companhia”.
O diretor apontou que no ano passado, a companhia deixou de pagar cerca de R$ 126 milhões em imposto de renda.
“Então, privatizou, volta a pagar imposto de renda. Para onde que vai ser jogado esses R$ 126 milhões que a Corsan teria que pagar privatizada? Para cima da tarifa do usuário. E isso o usuário também não está sabendo”.
O sindicato se mobiliza, mais uma vez, para protestar contra a privatização da companhia. Na próxima quinta-feira (08), o ato ocorre a partir das 09h30, com concentração no Largo Glênio Peres. Às 10h terá caminhada até o TCE (Tribunal de Contas do Estado), com chegada até o prédio da Corsan.
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Mais informações sobre as demandas do Sindiágua podem ser conferidos em http://sindiaguars.com.br/