Bento Gonçalves

Vereadores decidem por unanimidade afastar Sperotto da Comissão de Ética

Vereadores decidem por unanimidade afastar Sperotto da Comissão de Ética
Vereador Sperotto (segundo à direita) está fora da comissão de ética (Fotos: Gerson Lenhard)

Por 15 votos favoráveis e a abstenção do próprio vereador, os vereadores de Bento Gonçalves acolheram a proposição de número 16 de 2018 e cassaram a condição de relator do Conselho de Ética da Casa de Gustavo Sperotto (DEM). A proposição foi formulada pelo vereador Moacir Camerini (PDT) em função da recente polêmica na qual se envolveu Sperotto, quando teria se omitido a respeito de uma suposta negociação envolvendo uma emenda ao Plano Diretor.

Christofolli faz parte da bancada do PP

Sperotto ainda tentou justificar seu trabalho na Comissão, e relatou sobre uma censura ao vereador Camerini pela sua ausência a uma reunião da Comissão Técnica da Saúde, por ele presidida. À época, ele alegou estar afônico, mas havia participado de reunião partidária momentos antes. Ainda assim, a ponderação de Sperotto não foi suficiente e seus colegas de mandato concordaram em afastá-lo da Comissão de Ética. Agora os vereadores que compõem o grupo deverão se reunir e indicar novo relator.

Chamou atenção ainda, durante a sessão desta segunda-feira, o acolhimento de um Pedido de Informações assinado por quatro vereadores da bancada governista, Volnei Christofoli, Neri Mazzochin, Rafael Pasqualotto e Eduardo Viríssimo, todos do PP, que desejam obter do Executivo acerca de convênio entre a prefeitura e o Bento Vôlei no período de 2013 a 2017. Dentro destas informações, querem saber ainda em quanto teria sido beneficiada a microempresa Dentinho Serviços, de propriedade de Rafael Fantin, à época amigo do prefeito Guilherme Pasin e hoje pré-candidato a deputado estadual pelo partido Novo.

Os vereadores Agostinho Petrolli e Idasir dos Santos (ambos do PMDB) e Anderson Zanella (PSD), entre outros, ocuparam a tribuna para lamentar as denúncias envolvendo os vereadores da Casa que teriam recebida propina para votar emenda ao plano diretor. Até o momento a CPI não está criada nem há assinaturas para que ela seja criada.

Santos chegou a dizer que, se hoje precisasse optar por concorrer à reeleição, possivelmente não tentaria a mesma. “Tenho colhido muito mais decepções do que alegrias”, afirmou.

Outro que se mostrou muito irritado foi Jocelito Tonietto (PDT), que pela segunda vez vai à tribuna lamentar o vazamento das denúncias do pagamento de propina em troca de emenda parlamentar. Diz ter sido “metralhado”, mas que é responsável pela sua assinatura. “Cada vereador sabe o que faz, e eu assumo a minha”. Mas, ainda indignado, perguntou: “Quem vai resgatar o meu nome?”

Pasqualotto demonstrou irritação

Em tom bem mais cauteloso, o presidente da Casa, Moisés Scussel Neto (PSDB), pediu prudência e demonstrou que a ideia da criação de uma CPI – antes quase acolhida pela mesa diretora – pode estar perdendo força. “Devemos lembrar que qualquer resultado de uma CPI obrigatoriamente será posto num relatório e então encaminhado ao Ministério Público, que já está investigando a questão”.

Já o vereador Pasqualotto defendeu com veemência sua independência e poderes como vereador. “Fui eleito com mais de 1,8 mil votos e tenho o direito e o dever de ouvir todos os lados, inclusive o dos construtores. Por que ninguém denuncia que também os moradores do bairro São Bento tiveram reuniões com vereadores?”, questionou, ao mostrar um abaixo-assinado com 19 assinaturas de cidadãos que, segundo ele, desejam construir no bairro.