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Segovia diz a Barroso que não interferiu em inquérito e foi mal interpretado

Segovia diz a Barroso que não interferiu em inquérito e foi mal interpretado


Ministro Barroso intimou diretor-geral da PF para explicar declarações à imprensa (Fotos: arquivo)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, informou que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, negou ter interferido no inquérito que investiga o presidente Michel Temer e afirmou que foi mal interpretado ao falar sobre o caso a uma agência internacional de notícias.

A resposta de Segovia à intimação do ministro foi relatada em um despacho publicado nesta segunda-feira, dia 19. O diretor geral da PF afirmou ao ministro que as declarações feitas à Reuters foram “distorcidas e mal interpretadas”, e que não pretendeu antecipar conclusões do inquérito ou induzir o arquivamento da investigação.

Diretor da PF afirmou que não interferiu e que foi “mal interpretado”

Ele declarou também que não teve a intenção de ameaçar com sanções o delegado encarregado do inquérito. Por fim, Segovia se comprometeu a não se manifestar mais a respeito. Barroso determinou que a manifestação escrita do diretor geral seja juntada aos autos.

No despacho, o ministro afirma que a conduta, se confirmada, é imprópria e poderia ser caracterizada como infração administrativa e até mesmo penal. Isso porque o Segovia se manifestou sobre uma investigação ainda em curso.

Também nesta segunda-feira, a Comissão de Ética da Presidência da República anunciou que vai dar dez dias para que Fernando Segovia explique suas declarações, como afirmou o presidente da comissão, Mauro Menezes.

A denúncia foi apresentada pelo deputado federal Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara. A comissão de ética pode aplicar censura ou advertências a autoridades do Executivo Federal caso seja constatado que a conduta da pessoa foi antiética. As medidas não têm poder punitivo, mas ficam registradas no histórico do profissional.