Na última sexta-feira (03), o motorista Maurício Santos, de 37 anos, chegou ao trabalho antes de amanhecer, embarcou no seu ônibus, como faz todos os dias nos últimos sete anos e saiu para trabalhar. A rota daquela manhã seria no bairro Belvedere, em Farroupilha, para buscar trabalhadores de uma empresa.
Ele seguiu pela ERS-122 até o conjunto semafórico na altura do Km 62, onde, segundo ele mesmo, passa todos os dias por volta das 5h. Mas, nesse dia, ele foi surpreendido por um caminhão em alta velocidade que não conseguiu frear a tempo e, após cruzar o sinal vermelho, colidiu na lateral do ônibus. O acidente foi registrado exatamente às 4h54.
Em entrevista ao Grupo RSCOM, Santos comentou sobre os momentos seguintes ao acidente que bloqueou a rodovia durante toda a manhã.
“A única coisa que me lembro é de ver o sinal aberto e seguir em frente. Só vi a pancada, o baque. Na hora da batida só pensei “Meu Deus”. Depois não vi mais nada, quando vi estava no chão, já que o ônibus capotou, né? Ainda bem que eu estava de cinto, se não acho que não estava aqui agora”, disse.
Ele contou que, além do susto, ficou com luxações no ombro e na cabeça. Após a colisão, ele ficou preso ao banco devido ao cinto de segurança e depois caiu próximo à porta. Santos disse que ficou parado, imóvel, esperando o resgate que veio através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a quem ele agradeceu os trabalhos, e ao Hospital São Carlos.
O motorista também falou sobre o ônibus não levar nenhum passageiro no momento do acidente.
“Não era a hora né? Se tivesse passageiros tinha dado coisa pior. Porque a situação que ficou o ônibus ali, pelas fotos, é inacreditável. Eu só tinha visto isso pela TV. Eu via e achava um terror, nunca pensei que aconteceria isso comigo. Já faz um tempo que trabalho e nunca tinha acontecido nada comigo. A gente nunca espera que aconteça e não quer que aconteça com ninguém”, disse.
Apesar do susto, Santos se recupera bem e deve retornar em breve ao seu trabalho.