Caxias do Sul

Reunião discute contrato entre município e Hospital Pompéia, em Caxias do Sul

Instituição de saúde não mostra interesse em manter o convênio, renovado no final do ano passado

(Foto: Gabriel Lain/Divulgação)
(Foto: Gabriel Lain/Divulgação)

Em uma reunião com a direção do Hospital Pompéia e Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul, foram debatidos os termos do contrato entre a instituição de saúde e município, renovado em dezembro de 2022 por mais um ano. O ato ocorreu durante a manhã desta sexta-feira (14) e estiveram presentes os parlamentares, vereador Rafael Bueno (PDT) e deputada federal Denise Pessôa (PT).

Pelo contrato vigente, seguem sendo prestados atendimentos no setor materno-infantil e os demais previstos, como consultas, exames, cirurgias e serviço de urgência e emergência. Desde agosto do ano passado, quando o Pompéia anunciou o fechamento da maternidade e outros serviços, o Estado e o programa Mediar-MP se somaram nas tratativas para a renovação do convênio.

Rafael Bueno destacou que a reunião foi realizada para reiniciar a discussão pautada ainda em agosto, com objetivo principal de evitar conflitos entre as partes e voltar a discutir o contrato. Segundo ele, o Hospital Pompéia deixou claro mais uma vez que há inviabilidade em manter leitos tanto na área neonatal quanto na maternidade.

Conforme o vereador, hospital reafirmou não ter interesse em manter o contrato. Inclusive, haveria apontamentos da vigilância sanitária de que há anos existe precariedade no atendimento.

Preocupação com leitos – Rafael Bueno lembrou que o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho/PDT (2013-2017) construiria um hospital materno-infantil no antigo prédio do INSS, no final da Rua Pinheiro Machado. A edificação acabou sendo construída em parceria – inclusive com a busca de emendas parlamentares pelo próprio vereador -, mas anexa ao Hospital Geral, para ampliar a capacidade regional de atendimento, principalmente na materno-infantil.

“Assim, tínhamos entendimento de que o Hospital Geral serviria de referência na sua grande maioria para a maternidade, para a neonatal, para os leitos de UTI. Infelizmente, hoje observamos que os 118 leitos estão prontos, mas a finalidade principal após a inauguração não atenderá a maternidade. Quando abrir, terá somente mais 10 leitos de maternidade e neonatal”, afirmou o pedetista.

“O que o Hospital Pompéia reafirmou na reunião é arcar com os déficits da traumatologia e da neurologia, áreas nas quais a instituição é referência para toda a região. Atualmente, há 1.886 pessoas de Caxias do Sul aguardando cirurgias na traumatologia e 347 da região. Na neurologia, são 107 em Caxias e 102 na região”, elencou o parlamentar.

O Pompéia, disse Bueno, não quer se desligar do SUS e planeja ampliar a capacidade técnica e tecnológica das suas especialidades, sendo a única referência na região. Hoje, há 35 leitos SUS macrorregional na neonatal, são 8 no Hospital Pompéia, 20 no HG e 7 no Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves.