
A projeção do Banco Central (BC) para a inflação em 2022 segue indicando o rompimento da meta deste ano, indicou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira (21).
O Copom projeta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 8,8% para 2022, ante os 7,3% na última reunião. A estimativa para este ano encontra-se acima da meta de inflação, de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para 2023 e 2024, a projeção do Copom passou para 4,0%, também acima da meta, e 2,7%, respectivamente. As metas eram de 3,25% para 2023 e de 3,0% para 2024, também com margem de 1,5 p.p.
Segundo o Comitê, o cenário inflacionário global segue marcado por pressões inflacionárias vindas tanto de uma demanda por bens persistentemente alta, como de choques de oferta ligados à guerra na Ucrânia e à política chinesa de combate à Covid-19.
O Copom ainda avalia que as recentes políticas que restringem o comércio de produtos agrícolas em países produtores de commodities trazem um risco adicional para as pressões inflacionárias globais. Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas.
Em maio, o IPCA acumulou alta de 11,73% em 12 meses.
Além disso, o Comitê já antecipa uma desaceleração da atividade global nos próximos trimestres, em função das tensões geopolíticas e do aperto na política monetária e nas condições financeiras em curso em diversas economias centrais.
O Copom avalia que a sincronia global no processo de retirada de estímulos introduz riscos adicionais aos mercados e pode potencializar seu impacto no cenário prospectivo.
Controle da inflação
Na ata do Copom, o Banco Central também indicou que a Selic terá um reajuste igual ou menor magnitude na próxima reunião, marcada para os dias 02 e 03 de agosto.
O BC afirma que essa estratégia de aperto monetário é a mais adequada para garantir o controle da inflação a longo prazo.
Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para de 12,75% para 13,25% ao ano. Ou seja, a Selic pode ficar entre 13,5% e 13,75%.
*Com informações da Reuters