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Previsão de crescimento e expansão: o mercado de materiais de construção na Serra Gaúcha

Bristot e Rossi, empresários do ramo de Materiais de Construção
Bristot e Rossi, empresários do ramo de Materiais de Construção

Ao que tudo indica, ou melhor, aos que os indicadores mostram, o mercado de materiais de construção, em nível nacional, segue com previsão de crescimento para 2021. Mas, será que essa é uma realidade vivida na Serra Gaúcha? A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) tem a expectativa de que o faturamento do setor cresça 4% este ano. No último mês de dezembro, a alta foi de 15,7% na comparação anual e variação negativa de 1,1% em relação ao mês anterior.

De acordo com Alexandre Bristot, proprietário da rede Bristot Materiais de Construção, o crescimento sentido é resultado de trabalho da marca e da expansão, já que o empresário, meio a pandemia, abriu três novas lojas na região serrana e, em breve, irá lançar um site para vendas online, entrando no mundo de vendas virtual.

“Eu costumo dizer que as dificuldades sempre existiram. O crescimento de qualquer ramo, ele vem pelo teu trabalho, pela tua dinâmica. Pela forma que tu administras tua empresa. Então se eu disser que aumentou – a venda -, eu acho que aumentou, mas pelo nosso trabalho, não pela pandemia. As dificuldades sempre existiram, o que a gente tem que procurar são meios para vender”, salienta.

Alexandre ainda é categórico ao afirmar que, mesmo possuindo sete lojas na Serra Gaúcha, ainda lhe faltava um “plus”, que será a loja virtual para atender a demanda de clientes que, na pandemia, optaram por realizar compras de casa.

“Hoje a Bristot está em sete cidades. Acredito que dentro de dois meses estaremos em Carlos Barbosa. E sim, a loja virtual, bristotlojas.com.br vai entrar no ar daqui alguns dias. É para levar facilidade para os nossos clientes comprarem de casa, fazer as compras em outras cidades que não tem loja. Então esse é o nosso intuito: abranger mais cidades, pessoas e público”, reforça Bristot.

Já o empresário Sérgio Rossi, da Sérgio Rossi Materiais de Construção de Farroupilha, fala sobre o ambiente positivo para as vendas do segmento, apesar de perceber os clientes ainda cautelosos.

“O que percebemos é que há um ambiente positivo de consumo. Desde que nós iremos ter o PIB ao redor de 5% no ano. O consumidor está muito cauteloso. Ele está cuidando muito antes de fazer os seus investimentos. O ambiente é favorável, a construção está andando, mas não no ritmo que gostaríamos ainda. Não podemos ignorar que vivemos num momento muito difícil. Mas estamos otimistas porque o consumidor está investido naquilo que realmente deixa ele feliz”, diz o empresário.

Rossi acredita que o consumidor está mais exigente e preparado.

“Um produto classe C ou um produto reciclado, ou de segunda linha, praticamente não existe mais, nem nas lojas e também não existe, nem procura. Isso é qualidade de vida. Poder agressivo. O consumidor ficou mais exigente também. Não tenha dúvidas. Também na hora de gastar o nível de exigência aumenta bastante. Então, as lojas têm que estar preparadas pra esse fim”, conclui.

Atenção para os preços
Apesar do otimismo, em contrapartida os preços dos produtos vêm sofrendo grande variação e acaba prejudicando a recuperação rápida do setor por causa da alta nos preços das matérias-primas e desabastecimento de alguns insumos. Um levantamento apontou que custo de materiais e equipamentos dentro do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) – responsável por medir a inflação no setor -, registrou alta de 17,72% de janeiro a novembro. É a maior alta desde o Plano Real. Já os preços dos insumos como cimento, cabos de aço e tubos de PVC dispararam ainda no primeiro semestre de 2020.