Está prevista para a quarta-feira (31) uma paralisação dos servidores de Caxias do Sul. O estado de greve foi aprovado durante assembleia na sede do Sindicato dos Servidores Municipais (SindiServ) na última semana. Conforme a entidade, a decisão se deu por falta de diálogo do Executivo com os trabalhadores, congelamento de salários, fim da trimestralidade, condições de trabalho insuficientes, aumento das alíquotas e tempo para aposentadoria.
Nesta terça-feira (30), o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico (PSDB), falou ao programa “Bom Dia Trabalhador”, apresentado pelo comunicador Sinval Paim, sobre o tema. Segundo Didomenico, a dita trimestralidade, ou seja, o aumento a cada três meses, foi feito até 2020, o que a partir de 2021 se tornou inviável financeiramente ao Executivo Caxiense.
“Eu lamento a postura do sindicato porque eles sabem do nosso compromisso com o servidor, que a gente sempre se comprometeu de repassar a inflação, nós fizemos isso. O que o sindicato quer na verdade com esse movimento é a trimestralidade, o aumento de três em três meses”.
O prefeito também comentou que estes problemas financeiros refletiram na necessidade de realizar uma reforma da previdência dos servidores municipais, visto a necessidade de reestabelecer o fluxo de caixa. Segundo ele, a administração caxiense sempre esteve com as portas abertas para escutar as demandas dos servidores.
“Evidentemente que para os aposentados até o teto da previdência não recolhiam nada e passaram a recolher. Para o pessoal da ativa praticamente não mudou nada, só para quem ganha acima do teto da previdência. Então, por trás desse movimento a grande bronca do sindicato é essa, porém é um problema que há 23 anos se arrastava e se criou um verdadeiro abismo, déficit de R$6,6 bilhões, e tira toda a força da prefeitura de fazer investimentos, de conceder aumento maior”.
Ainda assim, é esperada para a tarde desta terça uma reunião entre a prefeitura de Caxias do Sul e o SindiServ. Adiló falou que neste encontro mostrará aos representantes do sindicato como estão as contas do Executivo e que não há como trazer de volta a trimestralidade.
“Se tem alguma outra demanda que não seja aumento salarial, a gente está aberto a discutir. Agora, não tem condições de conceder aumento. E essa paralisação, ela é inoportuna porque o repasse da inflação a gente fez em janeiro, já no começo do ano, uma parte tinha sido antecipada ano passado e a outra parte foi concedida agora em janeiro, fechando o percentual da inflação”.
Caso não haja um acordo entre as partes, a mobilização de amanhã impactará nas aulas das escolas municipais, que serão interrompidas, sendo mantidos apenas os serviços essenciais, como na área da saúde, em que há obrigação de que 40% das atividades sejam mantidas.