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Polícia gaúcha indicia 34 pessoas por esquema de pirâmide financeira

Polícia gaúcha indicia 34 pessoas por esquema de pirâmide financeira

Trinta e quatro pessoas de um grupo, suspeito de praticar um golpe conhecido como “pirâmide financeira” em diversos pontos do País, foram indiciadas nesta quarta-feira pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Quadrilha teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões.

A maior parte dos indiciados atuava em solo gaúcho, mas há envolvidos em Santa Catarina, Paraná e Bahia. O esquema funcionava a partir do momento em que pessoas eram atraídas para o falso investimento em apostas online em jogos de futebol. O formato de “pirâmide” do negócio incentivava as vítimas, ainda crentes no investimento, a convencerem outras pessoas a participar.

O chefe da quadrilha, de 36 anos, foi preso ainda no dia 16 de agosto e está na Penitenciária Estadual do Jacuí. O líder do grupo na Bahia ainda não foi localizado e as investigações seguem no estado. Os membros do grupo podem responder por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo o delegado Fernando Pires Branco, 29 vítimas foram ouvidas, mas a polícia estima que sejam milhares de pessoas lesadas em todo o País. Alguns investigados, ouvidos pela Polícia Civil, informaram que o negócio contava com 600 mil associados no Brasil. Porém, não é possível precisar o número de vítimas, pois nem todos procuraram a polícia ou o Ministério Público, que atua junto no caso.

Entenda o caso 

Segundo investigação da polícia, o golpe começou quando o chefe da quadrilha no Rio Grande do Sul realizou palestras na cidade de Sapiranga, sempre para uma média de 300 pessoas. Nesses eventos, ele buscou convencer pessoas a investir na empresa D9 Trader que, através do site site britânico Betfair, realizava apostas esportivas focadas em jogos de futebol.

Para participar do investimento, os interessados podiam escolher entre pacotes que variavam da modalidade “bronze” ao “golden plus”. Este último era a opção da maior parte das vítimas, que davam US$ 2.080, em dinheiro vivo, para os líderes da pirâmide. Esse valor era convertido em US$ 8.800 em bitcoins, moeda virtual. Os investidores, em tese, estariam lucrando, semanalmente, em uma conta virtual, 170 dólares, por 52 semanas. Isso deveria resultar, para os participantes, em um lucro de 400% a partir das apostas nos jogos de futebol.

O crime começou a ser descoberto quando os investidores tentavam fazer o saque dos seus lucros e não conseguiam. Nesse momento, a polícia começou a investigar o esquema.