Últimas notícias

“Pior momento será quando for preciso escolher o paciente que vai ter cuidados intensivos”

Avaliação é da infectologista Nicole Golin, di Hospital Tacchini, que diz ainda existir uma boa margem para atendimento adequado

“Pior momento será quando for preciso escolher o paciente que vai ter cuidados intensivos”

Um dia após ter informado que Bento Gonçalves estava vivendo o pior cenário – até então – em relação aos números da pandemia, a dra. Nicole Golin, infectologista responsável pela área epidemiológica do hospital Tacchini relativizou a situação: “Se olharmos apenas para os números ( ocupação de 17 dos 30 leitos de UTI ) é o pior momento, mas não dá para se dizer que não esperávamos por isso”. O pior momento será, disse ainda a médica, quando os recursos hospitalares de atendimento estiverem esgotados, “o que esperamos, não venha acontecer”, ressalva.

A afirmação ocorreu em entrevista coletiva virtual concedida às 14 horas desta terça-feira. A médica disse que vai aguardar esta semana passar para uma melhor avaliação do momento. O incremento no número de pacientes diagnosticados e internados era esperado por conta da chegada do frio. “Vamos ter ambientes menos arejados. Mas também é verdade que tivemos uma intensa cobertura vacinal que pode ajudar a conter o pico da doença”. Ela constata ainda que foi possível empurrar o pico e, “mais que isto, achatar a curva”.

Questionada sobre a súbita piora dos números especialmente logo depois de, no domingo, nenhum novo caso ter sido constatado, Nicole afirmou que a doença é assim. “Tanto os números quanto os sintomas da doença podem crescer e se agravar. “É uma característica do vírus . Há um risco não mensurável que pode levar a quadros mais graves. Há casos que não evoluem a ponto de precisar de UTI, outros sim. O que temos feito é levar o paciente menos grave já para a UTI porque as chances de uma melhora são maiores e estes precisarão menos tempo de internação”.

A lógica é que quanto mais casos forem confirmados, mais risco de pacientes graves. “A tendência de aumentar era esperada e previsível por conta do frio. Mas, ainda não chegamos a usar 1/3 dos respiradores e estamos longe de ter que escolher qual paciente entubar. Queremos permanecer assim”.

Nicole Golin disse ainda que vem sendo possível manter um “giro” na ocupação dos leitos de UTI e que a cada 24 horas alguém recebe alta. A boa notícia é que nas últimas 24h nenhum novo caso de Covid precisou ir para a UTI, só casos de pós-operatório ingressaram.

NÚMEROS DO DIA

Os números apresentados no Boletim Epidemiológico nº 89, da tarde de terça-feira indicam que a partir de dados do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) ou credenciados existem sendo 432 casos confirmados.

Os testes divulgados pelo Comitê incluem laboratórios particulares não credenciados. Nesta terça-feira, 29 casos foram confirmados na cidad e mais18 pessoas apresentaram cura clínica para doença.

São 496 confirmados, sendo 329 casos curados e 09 óbitos.