O mês de dezembro chegou e a pandemia ainda não foi embora, a vacina ainda não foi autorizada e as pessoas já estão fisicamente e mentalmente esgotadas. Os moradores saem de casa pela manhã com medo de encostar nos objetos, sem poder dar um abraço caloroso ou ver um sorriso aconchegante. Ao longo do dia descobre que um colega está infectado, ou ainda que um conhecido ou familiar faleceu por conta da Covid-19.
As mudanças foram drásticas nos últimos meses, mas mesmo no meio de toda essa “bagunça” que a pandemia causou, Caxias do Sul tem um homem de 64 anos, chamado Antônio Paulo dos Santos, mais conhecido como “Palhaço Tonho”, que tenta em meio as dificuldades, levar uma fatia de esperança e arrancar sorrisos escondidos em baixo das máscaras.
Neste dia 10 de dezembro, comemora-se o Dia Universal do Palhaço e em homenagem a estes profissionais, a reportagem do Portal Leouve conversou com o Palhaço Tonho. Ele contou sobre a vida pessoal, profissional e quais os projetos que está realizando nesta pandemia.
O Antônio durante o dia é confeiteiro e vende doces. A noite, dá vida ao personagem Tonho, andando com sua Kombi pelas ruas. Ele costuma estacionar em pontos próximo de casas, prédios, condomínios e ali por cerca de duas horas toca músicas, canta, dança e faz homenagens aos profissionais da saúde.
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“E seja onde você tiver, lá na janelinha do banheiro, ou no escurinho, sabe? Que as pessoas ainda tem vergonha de aparecer, as vezes eles não acende a luz, só fica lá com o celular, só vê aquela luzinha filmando, que cê tá passando a mensagem de carinho pra ela. E no final disso tudo, não tem carinho melhor que você receber os aplausos“, conta ele.
O Palhaço Tonho ressalta que antigamente, lá nos anos de 1990 e 2000 as coisas eram diferentes. Havia palhaços em circos, em festas de criança, em eventos de empresas. Nos tempos atuais foi necessário se reinventar, fazendo essas visitas em espaços abertos, em passeio público, apresentando tele-mensagens, além de projetos sociais que participa em conjunto com outras pessoas levando alimentos a moradores de rua durante as noites.
Tonho está há 35 anos fazendo este trabalho em Caxias do Sul e questionado sobre como consegue em meio a todas as situações da vida, ainda assim trazer alegria aos outros, ele responde: “acho que o fato tá no coração da gente, que quando você faz uma coisa que você gosta, não precisa fazer muita força não. Então, é o que eu tenho distribuído nesses anos todos aí e faz bem, eu me sinto bem. Não tem tristeza pra mim, tenho problemas sim, mas isso eu faço com muito carinho há muito tempo e vou continuar fazendo, eh isso aí acho dentro de mim, eu não tenho esconder“. Tonho é casado com a Eliana, é pai da Paula, Manuela e Valentina e um netinho.
