Brasil

Oposição protocola pedido de impeachment contra Barroso: ‘É preciso traçar uma linha do que é democrático’

Documento com 93 páginas foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado Federal e assinado por 14 senadores e 63 deputados federais

Parlamentares da oposição falam sobre pedido de impeachment contra Luís Roberto Barroso
Parlamentares da oposição falam sobre pedido de impeachment contra Luís Roberto Barroso

Parlamentares da oposição protocolaram um pedido de impeachment contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), devido às suas falas contra o “bolsonarismo” proferidas durante um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado na última semana. “Não é com alegria que estamos protocolando esse pedido de impeachment do ministro Barroso, mas não dá mais. É preciso traçar uma linha do que é republicano, do que é democrático, do que é correto. Todos entenderão, até o ministro Barroso, o que é nosso pedido aqui hoje. O que ele fez foi verbalizar aquilo que milhões de brasileiros observaram durante o processo eleitoral e após o processo eleitoral, com essa covardia ilegal e arbitrária que foi feita com Bolsonaro de deixá-lo inelegível sem nenhum fundamento”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O documento com 93 páginas foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado Federal e assinado por 17 senadores e 63 deputados federais. Além de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), estão entre os signatários do documento os senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Jorge Seif (PL-RJ). “Por causa das violações da lei, requeremos de Pacheco que submeta ao plenário a votação de pedido de impedimento de Barroso”, disse Seif. Flávio ainda disse que atuou para defender o STF durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Pessoalmente, durante os quatro anos do governo Bolsonaro, trabalhei incansavelmente para distensionar as relações do governo com o Supremo”, diz o senador, destacando ainda que pretende exercer pressão sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O pedido ocorre motivado por uma frase que se destacou durante o discurso de Barroso aos estudantes reunidos no encontro da UNE, que suscitou nota de esclarecimento pelo Supremo. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, disse o ministro em seu discurso. Posteriormente, o STF publicou nota dizendo que Barroso se referia ao “voto popular” e não “à atuação de qualquer instituição”.

Fonte: Jovem Pan