A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (1º), a Operação Collis Crucis contra grupo criminoso que negociava armas de fogo de grosso calibre. Foram cumpridos oito bloqueios de contas bancárias e 10 ordens de busca e apreensão nos bairros São José e Aberta dos Morros, em Porto Alegre, na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e Presídio Estadual de Sapucaia do Sul (PESS). Uma pessoa foi presa em flagrante com drogas e armas.
Nas buscas no presídio de Sapucaia, foram apreendidos cinco telefones e buchas de maconha e cocaína. A ação foi coordenada pela Delegacia de Investigações do Narcotráfico (1ª DIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com apoio da Polícia Penal.
As apurações iniciaram em janeiro de 2023, quando a 1ª DIN apreendeu um telefone celular dentro da PASC no momento em que um presidiário utilizava o celular. O detento é liderança da localidade chamada Morro da Tuca, em Porto Alegre. Foi constatado que quatro presidiários da mesma galeria dividiam a utilização do telefone e que cada um utilizava o aparelho para coordenar o crime de sua região e sua facção. A partir dessa apreensão, apurou-se que um esquema de distribuição de drogas e armas estava em curso no Rio Grande do Sul, no contexto de crime organizado.
Foi constatado que oito pessoas mantinham rotina de compra e venda de drogas em grandes quantias, bem como movimentação ilícita de valores nas contas bancárias diariamente. A base territorial do grupo é no bairro São José, em Porto Alegre, mais especificamente na localidade chamada Morro da Tuca. O grupo integra uma facção local. A investigação apurou, também, que além do tráfico de drogas, o grupo comprava armas de fogo de grosso calibre para ataque a facções rivais, bem como aparelhar as regiões dominadas pelo tráfico.
O grupo comprava armas fuzil Colt calibre 556 a R$ 60 mil e pistolas marca Ramon no valor de R$ 12 mil. Posteriormente, eles efetuavam a revenda dentro do Estado a valores maiores, como se comprovou através dos áudios coletados na investigação. O grupo também é especializado na distribuição de maconha no Rio Grande do Sul e na lavagem de capitais mediante transferência reiterada dos valores para contas de terceiros.
O delegado de polícia Guilherme Dill, responsável pela investigação, enfatiza:
“A investigação policial qualificada permite que a cúpula do grupo criminoso também sofra as consequências da atuação policial. A investigação que se iniciou com uma apreensão de celular dentro do sistema prisional e que decorreu de dedicação intensa dos policiais demonstrou que o crime não compensa”, disse sobre o operação.
O Diretor de Investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, destaca a técnica e expertise da equipe da 1ª DIN empregada na investigação, centrada sobretudo nas lideranças do Narcotráfico da Zona Leste da Capital. “O monitoramento dos líderes das facções gaúchas é constante, certamente contribuirá para a redução ainda maior de crimes graves, como homicídio”, destaca o delegado.
A operação contou com 20 policiais civis, equipados com 6 viaturas policiais, e 20 policiais penais.