IDONEIDADE MORAL

OAB proíbe inscrição de candidatos à entidade condenados por crimes raciais

Para instituição, prática revela falta de idoneidade moral

OAB proíbe inscrição de candidatos condenados por crimes raciais. Foto: Divulgação/Facebook OAB Nacional.
OAB proíbe inscrição de candidatos condenados por crimes raciais. Foto: Divulgação/Facebook OAB Nacional.

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou neste mês súmula que proíbe a inscrição na entidade de formados em direito que tenham sido condenados pela prática de racismo

A conselheira federal Shynaide Mafra Holanda Maia (PE), relatora do processo, considerou que prevalece o entendimento de que a prática de racismo revela falta de idoneidade moral, um dos requisitos previstos pela OAB para o exercício da advocacia. 

A inscrição na OAB é obtida mediante exame nacional realizado todos os anos, e a averiguação da idoneidade moral, e é fundamental para que os bacharéis em direito exerçam funções enquanto advogados. Inclusive, o exercício irregular da profissão é crime previsto na Lei de Contravenções Penais, com pena de prisão ou multa.

A proposição de estender a limitação também aos condenados por racismo partiu do presidente da seccional do Piauí da OAB, Raimundo Júnior, do conselheiro federal Ian Cavalcante e da secretária da secional piauiense, Noélia Sampaio. 

Afinal, outras súmulas editadas em 2019 pela OAB já previam a falta de idoneidade moral em relação a condenados em casos de violência contra a mulher, bem como contra crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e LGBTI+. 

Aprovação da Súmula da OAB

Assim, a aprovação da súmula foi feita por aclamação, tendo como fundamento a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reconhecem a gravidade do racismo e proíbem os acordos de não persecução penal relativos a esse crime.

A ocasião também oportunizou a realização de homenagens a Esperança Garcia, mulher negra e piauiense reconhecida como a primeira advogada do Brasil, e a lideranças negras da advocacia contemporânea.

Fonte: OAB