Opinião

O crime do colarinho branco vulgarizou

O crime do colarinho branco vulgarizou


Que interesses existem atrás das ações? Esta é uma pergunta que devemos nos fazer com cada vez mais frequência, levando em conta que não há mais apenas dois lados do balcão. O balcão multifacetou, as redes sociais socializaram informações eivadas de interesses e todos se sentem pressionados a tomar posição… radicalizou

Gilmar Mendes ou Marco Aurélio? Rodrigo Janot ou Raquel Dodge? José Dirceu ou Gedel Vieira Lima? Olha, a não muito tempo atrás ninguém esperaria que o cidadão brasileiro conseguisse recitar o nome de apenas dois ministros do STF. Eles afinal eram a corte mais alta e o que faziam lá no Palácio raramente chegava ao conhecimento ou à compreensão do cidadão comum, antes disso, é preciso preocupar-se em pagar o aluguem ou a prestação da casa.

Hoje chegamos a uma situação tal que já tivemos no panteão de nossos heróis o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, agora Rodrigo Janot e Sérgio Moro encarnam a esperança de muitos brasileiros por uma Brasil melhor no futuro. Elitizamos ou o crimedo colarinho branco é que vulgarizou? Acho que fico com a segunda opção.

Mas, não dá pra esquecer que Janot é um ser humano e Sérgio Moro, que já virou personagem de filme também tem lá suas preferências. É certo que o Brasil não pode ficar aceitando pacificamente que a corrupção prossiga no ritmo a que nos está sendo revelado. A imprensa tem papel fundamental na disseminação das informações e talvez mais atrapalhe do que elucide o que é bom para quem. Daí é que o cidadão se perde e se apega a soluções simplistas, mas nunca de fácil resolução. Mas é lógico, melhor excesso de informação do que a sonegação dela.

Justiça e apuração de corrupção até podem virar tema de paixão e é preciso que se persiga os malversadores de verbas públicas. Entretanto, elementos incriminadores são mais essenciais do que a paixão política. Seja com Janot seja com Dodge. Enfim, fica a nítida impressão de que há mais do que a letra fria da lei na perseguição deste objetivo. E talvez deva ser assim mesmo, afinal somos homens e não máquinas.