Opinião

Números, jornalistas e fundo de aposentadoria

Números, jornalistas e fundo de aposentadoria

Jornalistas e números nunca se entenderam muito bem. Aliás, um dos motivadores dos profissionais da área para arriscar numa área que satisfaz mas paga mal é esta, fugir dos cálculos. Afinal, a gente entende bem que uma vírgula pode significar toda a diferença no texto, quanto mais nos números. E um zero a mais ou a menos compromete toda a matéria, muitas vezes obrigando a erratas constrangedoras.

Talvez,  nenhum outro caso exemplifique tão bem o quanto um erro destes pode ser prejudicial à credibilidade do veículo ou comprometer a carreira de alguém como o da revista Veja em relação ao então deputado federal Ibsen Pinheiro. Veja achou uma doação de R$ 1.000,00 e publicou que seriam R$ 100.000,00. Custou a ca

ssação do deputado que comandara pouco antes o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello.

Mais recentemente uma jornalista do centro do país presumiu que a megasena acumulada em R$ 200 milhões de reais, se dividida pelos 200 milhões de brasileiros, deixaria cada um com um milhão de reais e os problemas do país estariam resolvidos. Ora, a conta correta é 200 divido por 200 igual a um real e não um milhão. Armadilhas. Quem nunca?

Enfim, o meu colega Rogério Arantes, editor do Grupo RSCom confessa que já temeu os números, mas não hesitei em sugerir que ele desse uma olhada nas contas do FapsBento, porque ele é metódico e vasculha mesmo as tabelas, Ele foi lá e destrinchou em matéria que você até pode ler aqui se quiser https://leouve.com.br/faps-bento-tem-lucro-de-r-584-milhoes-e-saldo-cresce-157-em-relacao-2016/ os números auspiciosos do Fundo em 2017. Os rendimentos foram ótimos, de 15,7%, mas há que se ter atenção no crescimento das despesas frente às receitas nominais.

Daí se justifica a inversão de rumo que à municipalidade vem dando frente à forma de contratar pessoal. Menos terceirização, mais concurso. Só assim pra o fundo não se exaurir em pouco tempo. Mas o Rogério também encontrou outro número curioso: pelo atraso no repasse em apenas um mês, a prefeitura pagou juros e multa no valor de R$ 582 mil reais. A justificativa é que precisou priorizar acordos de dívidas para com as terceirizadas. Ao priorizá-las teria deixado de gastar três milhões de reais. Me parece não haver motivos pra duvidar.

Cabe concluir que o Fundo dispõe hoje de um valor de R$ 432,4 milhões e parece lícito acordar que, se continuar bem gerido vai longe. Mas sempre é bom ter todo os cuidados. Pessoalmente gostaria de ter acumulado ganhos de 15,7% em alguma aplicação. Belo resultado. Estão de Parabéns os gestores, Cláudio Sadi Deon à frente.