Uma das grandes reclamações de pessoas que precisam de consultas são as demoras que estas levam para poderem ser atendidas. Porém um problema que é bastante recorrente gera uma demora ainda maior para estes pacientes.
A falta de pacientes nas consultas agendadas é uma situação recorrente em diversas localidades, da mesma forma que ocorre em Farroupilha. Em entrevista à reportagem do Grupo RSCOM, a Diretora Geral da Secretária de Saúde do município, Silvana de Lima, falou sobre esta situação:
“O número de faltantes é muito alto. Dezembro nós tivemos de consulta clínica, clínico geral, entre 10% a 15% de faltantes. Em odonto (odontologia), sobe para 30%, é muito alto o número de faltantes, e é uma consulta que ela é demorada, o profissional tá ali aguardando o paciente e tem muita gente na fila também. 30% é um número elevado”, explicou Silvana.
Outro tipo de consulta ressaltado por Silvana, a de psicologia, também tem números muito elevados de pacientes que acabam não comparecendo para o atendimento:
“Psicologia, que é um tratamento demorado, que a fila de espera para pedido de consulta normal é grande e demorada. O tratamento de psicologia leva tempo, então só vai conseguir colocar outra pessoa no atendimento no momento em que alguém tiver alta, e isso pode levar seis meses, um ano, dependendo a patologia de cada pessoa”.
Durante o mês de dezembro de 2022, foram registradas 31,67% de faltantes em consultas de psicologia. As unidades de atendimento entram em contato, às vezes um dia antes da consulta com os pacientes alertando que a data marcada está se aproximando, mesmo assim o índice segue elevado.
Os números em questão são referentes ao número de faltantes, que são aqueles pacientes que não comparecem à consulta e não comunicam a falta, o que acaba tirando a oportunidade de outra pessoa ser “encaixada” no horário.
Uma questão envolvendo o dinheiro público também foi levantada durante a entrevista. Conforme a diretora, cada consulta marcada e por consequência não realizada gera custos ao município.
“As pessoas muitas vezes dizem ‘fizeram uma obra que não deu certo, é dinheiro público que está sendo jogado fora’, a consulta não é diferente, a hora médica desse profissional é muito cara e essa hora que ele fica lá esperando sem fazer nada é dinheiro público que está sendo colocado fora, que não está sendo otimizado este recurso”, falou ela sobre a preocupação com os recursos públicos.
Ao longo de 2022 foram realizadas 266 mil consultas em Farroupilha, incluindo todas as unidades de saúde e o ambulatório da cidade