As inundações que devastaram o Rio Grande do Sul no final de abril e maio de 2024 tiveram um impacto severo no mercado de trabalho formal e nos estabelecimentos privados das regiões mais afetadas, conforme revela uma estimativa inédita divulgada nesta quarta-feira (3) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nos municípios de Eldorado do Sul, Roca Sales e Muçum, a proporção de postos de trabalho formais atingidos varia entre 84% e 92%, enquanto a de estabelecimentos privados afetados situa-se entre 74% e 82%.
O estudo, baseado em dados do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), oferece uma visão detalhada da extensão da tragédia que abalou o estado. Em Porto Alegre, a capital, pelo menos 27% dos estabelecimentos e 38% dos postos de trabalho foram diretamente atingidos pelas enchentes.
A análise do Ipea abrangeu 418 municípios gaúchos onde foi decretado estado de calamidade ou emergência, destacando que ao menos 23,3 mil estabelecimentos privados (9,5% do total) e 334,6 mil postos de trabalho formais (13,7% do total) foram diretamente afetados. Estes municípios, em abril de 2024, abrigavam 243,7 mil estabelecimentos privados e empregavam 2,45 milhões de trabalhadores formais.
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Os autores do levantamento ressaltaram que o impacto de eventos climáticos extremos é mais abrangente do que o reportado no estudo. Estabelecimentos indiretamente atingidos também podem ter sofrido consequências, seja devido a problemas enfrentados por seus fornecedores, consumidores, ou pela infraestrutura de escoamento de mercadorias.
Rio Grande do Sul
