Cultura

Morre aos 94 anos Eva Sopher, presidente da Fundação Theatro São Pedro

Dona Eva estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde. Foto Divulgação
Dona Eva estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde. Foto Divulgação

A presidente da Fundação Theatro São Pedro (TSP) e uma das mais emblemáticas personalidades da cultura no Rio Grande do Sul, Eva Sopher, faleceu nesta quarta-feira, dia 7, na capital gaúcha.

Eva tinha 94 anos e já estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde. Ela faleceu em casa. O velório será entre 11h e 18h desta quinta-feira, dia 8, no Teatro São Pedro. O governador José Ivo Sartori vai decretar luto de três dias no Estado.  Em setembro de 2016, a presidente da fundação foi internada após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

Dona Eva, como era chamada por amigos e quem a acompanhava em pautas ligadas ao São Pedro, nasceu em Frankfurt, na Alemanha, em 18 de junho de 1923. De origem judaica, Eva emigrou da Alemanha para o Brasil em 1936, devido à perseguição nazista.

Ela residiu primeiro no Rio de Janeiro, onde atuou no grupo Pro Arte de Theodor Heuberger, e depois se fixou em São Paulo, onde estudou arte, desenho e escultura no Instituto Mackenzie. A diretora do São Pedro acabou adquirindo nacionalidade brasileira em 1950.

Dona Eva estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde (Foto: divulgação)

Ela se mudou para Porto Alegre em 1960 e foi casada com Wolfgang Klaus Sopher. Em 1975, ela assumiu a direção do teatro e liderou a restauração. O São Pedro foi reaberto em 1984, e dona Eva selou sua ligação com a estrutura, considerada uma das melhores do Brasil por atores que vêm com peças do Rio e São Paulo para sessões no palco gaúcho.

Em matéria no ano de 2015, dona Eva falou da trajetória na fundação, das dificuldades de caixa e afirmou firme, com seus 92 anos: “O mau momento que vivemos hoje na economia e na política é falta de vergonha na cara.

A essa altura da minha vida eu posso falar, já vivi muita coisa.” Em 2015, ela recebeu a Medalha Goethe, dada pela Alemanha a personalidades que se destacaram de maneira especial na promoção do intercâmbio cultural internacional, mas não pôde ir receber o prêmio pessoalmente, impossibilitada pela idade avançada de fazer uma viagem longa.

 

Fonte: Jornal do Comércio