Na última terça-feira (05), a Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou a convocação de Marcos Valério para prestar esclarecimentos sobre declarações feitas à Polícia Federal. O pedido foi feito pelo Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A princípio, a audiência ainda não tem nada definida.
Em uma delação premiada homologada pelo STF, o mensaleiro afirmou que ouviu do então secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, que o partido tinha ligações com o PCC. Ele também disse que a legenda administrava um caixa secreto de R$100 milhões.
Valério também contou que, anteriormente, em 2005, foi procurado para utilizar parte dos recursos clandestinos para entregar R$6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André. Este, chantageava o então Presidente Lula, ameaçando contar detalhes sobre as ligações dos petistas com o PCC e com o assassinato do Prefeito Celso Daniel.
Segundo Valério, ele não realizou o pagamento. ”Se eu não tivesse rastreado tudo isso, e não tivesse chegado a essa conclusão, eu teria feito, gente. Por que que eu não ia fazer? Eu tinha mais de 100 milhões deles na mão”, continuou Valério.
O mensaleiro disse que Celso havia montado um dossiê. Este, continha os nomes de petistas que estavam recebendo financiamentos ilegais. Ainda de acordo com ele, após o assassinato de Daniel, o PT fez uma ”limpa” e afastou integrantes que tinham ligações com o crime organizado.
Valério recebeu condenação de 37 anos de prisão no processo do mensalão. De acordo com a Justiça, ele atuou como operador de pagamentos a parlamentares que teriam negociado apoio ao governo Lula no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente.