Comportamento

Mancha de sedimentos ameaça Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul

Pelotas e Rio Grande, que são cidades no entorno da lagoa, já somam seis mil pessoas desalojadas

 Foto: Reprodução / Lods / Furgs
Foto: Reprodução / Lods / Furgs

Imagens de satélite divulgadas pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) mostram uma preocupante mancha de sedimentos que se espalha pela Lagoa dos Patos, no estado do Rio Grande do Sul. A observação, realizada entre os dias 14 e 17 de maio pela Agência Espacial Europeia, revela a extensão do fenômeno que preocupa especialistas e comunidades locais.

Origem da Mancha:

A mancha avermelhada, destacada nas imagens, é resultado da chamada “pluma de sedimentos”, originada pelo grande volume de chuvas que tem atingido as bacias hidrográficas ao norte do estado nas últimas semanas. Essa pluma já ultrapassou a latitude da Vila do Bojuru, no município de São José do Norte, segundo estimativas do Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (Lods) da Furg.

Impacto Ambiental:

A preocupação com a expansão dessa mancha de sedimentos está diretamente relacionada aos seus potenciais impactos ambientais. A Lagoa dos Patos, além de ser um importante ecossistema, é fonte de renda e alimentos para comunidades de pescadores na região. A presença excessiva de sedimentos na água pode afetar diretamente a vida marinha, provocando, por exemplo, a mortalidade excessiva de peixes.

Consequências para a Comunidade:

O aumento do nível da Lagoa, que atualmente está em 2,68 metros, sendo que a cota de inundação é de 1,30 metros, também preocupa as autoridades. Cidades como Rio Grande, no extremo sul da Lagoa dos Patos, já enfrentam inundações, com o nível da água 18 centímetros mais alto do que o normal. Em toda a região, seis mil pessoas foram desalojadas, e cidades como Pelotas, São Lourenço, São José do Norte e Arambáre declararam estado de calamidade pública.

Perspectivas Futuras:

A previsão do tempo indica a possibilidade de tempestades na região, com acumulados de até 150 mm até sexta-feira (24), o que pode agravar ainda mais a situação. O vento será um fator determinante para o escoamento dos sedimentos para o oceano, influenciando diretamente o nível da Lagoa e os impactos ambientais na região.