Judô brasileiro estreia no Pan-Americano do Chile com quatro ouros e dois bronzes

Seis disputas na fase final, seis medalhas, 100% de aproveitamento no primeiro dia do Pan de Santiago. No Dia Mundial do Judô, celebrado em 28 de outubro, o Brasil deixou bem claras todas as credenciais do esporte que é sinônimo de medalha para o país em todos os Jogos Olímpicos desde 1984. Na primeira jornada de lutas no Centro de Esportes de Contato, na capital chilena, os seis brasileiros escalados em cinco categorias subiram ao pódio. Foram quatro ouros e dois bronzes, resultado que deixa o país na liderança isolada do quadro de medalhas da modalidade (veja abaixo).

Na categoria até 48 quilos, as duas brasileiras inscritas medalharam. Amanda Lima ficou com o bronze após superar a a chilena Mary Vargas Ley por ippon e Aléxia Nascimento conquistou o ouro ao passar pela mexicana Edna Guadalupe Torres com uma imobilização no solo. Uma curiosidade: a última vez que o país havia subido ao pódio nessa categoria tinha sido nos Jogos de Indianápolis, em 1987, com Monica Angelucci.

O bi de Pimenta

Na categoria até 52 quilos, Larissa Pimenta chegou ao segundo título consecutivo em Jogos Pan-Americanos. Depois de passar pela chilena Judith Carla González e pela americana Angelica Delgado nas quartas e na semifinal, Larissa superou na decisão, nas punições, a mexicana Paulina Martinez Claro. “Foi muito especial. Eu vinha refletindo nesses dias. O que vim fazer aqui? O que vim buscar? Eu vim fazer o que gosto. O judô é minha vida. Nada é melhor do que estar aqui. Defender o título que eu já tinha é importante. Desafiador. É um momento especial para mim”, resumiu a brasileira.

Rafaela soberana

Na categoria até 57kg, vitória de um fenômeno brasileiro dos tatames. Campeã mundial, campeã olímpica e uma das atletas mais completas do país na modalidade, Rafaela Silva não deu brechas para a as adversárias. Confirmou o favoritismo e passou de forma soberana por Kristine Jimenez, da República Dominicana, Maria Fernanda Villalba, da Colômbia e, na final, jogou ao solo duas vezes a argentina Brisa Gomez para conquistar o ouro no megaevento continental.

“Na primeira luta, veio um pouco da lembrança de 2019, então tive que segurar a emoção. Durante os últimos quatro anos eu pensei nesses Jogos de Santiago. Consegui me manter forte e focar no objetivo. Foram quatro jogos batendo na trave. Prata [2011], bronze [2015], o ouro retirado. Dezesseis anos depois, consigo esse ouro”, celebrou Rafaela, emocionada, ao falar para a assessoria do Time Brasil.

Masculino

Na categoria até 60kg do masculino, o adolescente Michel Augusto, de apenas 18 anos, conquistou o título sobre o colombiano Johan Cano nas punições. Antes, deixou para trás Sebastian Sancho, da Costa Rica, e Jairo Miguel Moreno, de El Salvador.

Bronze de ouro

O único ouro que não veio para o Brasil nesta primeira jornada foi na categoria até 66kg do masculino. Willian Lima tropeçou na estreia contra o venezuelano Alberto Estrada, que terminaria o dia com a medalha de ouro. Willian, que saiu do Brasil prometendo para o filho recém-nascido o ouro, precisou se reinventar na conversa com técnico e a esposa para retomar a competição e sair com o bronze, numa vitória sobre o peruano Juan Miguel Acuña por ippon.

“É uma medalha que marca a história de um atleta. Ninguém esquece. Tem um gostinho diferente. Confesso que me senti um pouco mais pressionado, vendo aqui como uma preparação para Paris. Parecido com Olimpíadas. Fiquei um pouco nervoso”, afirmou Willian. “Perder a primeira luta foi dolorido, me destruiu. Se não fosse minha esposa, meu filho e o sensei, eu teria desistido. Mas eles botaram a minha cabeça no lugar e veio a medalha”, celebrou.