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Inflação da Páscoa: itens tradicionais sobem de preço em 2024

Mesmo com custo maior no bolso dos consumidores, vendas de ovos de chocolate aumentaram 4,5% em comparação ao ano passado

Inflação da Páscoa: itens tradicionais sobem de preço em 2024. (Foto: Luiza Fim / Grupo RSCOM)
Inflação da Páscoa: itens tradicionais sobem de preço em 2024. (Foto: Luiza Fim / Grupo RSCOM)

Com a Páscoa se aproximando os consumidores se preparam para enfrentar preços mais altos em itens tradicionais como ovos de chocolate, barras e bombons, além de produtos como bacalhau e azeite de oliva. Neste ano, a inflação afeta significativamente o bolso dos consumidores, refletindo diversos fatores econômicos e globais.

Nadja Heiderich, economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), destaca que o aumento nos preços dos principais itens da ceia pascal é notável. “O preço do cacau, ingrediente central do chocolate, aumentou consideravelmente em 2024, impactando diretamente nos custos de produção de ovos, bombons e barras“, explica a especialista.

Apesar dos preços mais elevados, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) prevê um aumento de 4,5% nas vendas de ovos de chocolate em comparação ao ano anterior. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que o faturamento dos ovos de chocolate atingiu R$ 2,5 bilhões no varejo brasileiro em 2023.

Itens que mais aumentaram de preço em relação a 2023

Ovos de chocolate: Registraram um aumento médio de 15% em relação ao ano anterior, com variações de acordo com marca, tamanho e tipo de chocolate. Ovos com recheio e/ou brinquedos podem apresentar aumentos ainda maiores, chegando a 20%. Fatores como o aumento do preço do cacau (35% desde o início de 2024), custos mais elevados de mão de obra e logística, além de embalagens personalizadas e ingredientes especiais contribuem para o aumento do valor final.

Bombons e barras de chocolate: Tiveram um aumento médio de 10% em relação a 2023. Esses produtos têm um impacto menor do preço do cacau em comparação aos ovos, devido à maior variedade de ingredientes e formatos disponíveis. Opções mais simples e com menor quantidade de chocolate podem apresentar preços mais acessíveis.

Azeite de oliva: Contou com um aumento médio de 8% em relação ao ano anterior, principalmente devido à quebra de safra na Europa, maior produtora mundial, e o aumento dos custos de produção e logística.

Bacalhau: Registrou um aumento médio de 5% em relação a 2023. Os preços mais elevados são resultado da desvalorização do real frente ao dólar, aumento da demanda global por bacalhau e uma safra menor em Portugal, principal exportador do produto processado.

Peixes em geral: Apresentam variação de preços de acordo com a espécie e região do país. Algumas opções, como tilápia e sardinha, podem manter preços estáveis ou até mesmo apresentar queda, enquanto peixes frescos tendem a ser mais caros que os congelados.

Vinho: Os preços variam de acordo com o tipo, marca e região do país. Vinhos nacionais tendem a ser mais acessíveis que os importados, e opções de vinhos de mesa podem ser mais vantajosas do que vinhos premium.

Por que ovos são mais caros que barras e bombons?

De acordo com Nadja Heiderich, o aumento nos preços dos ovos de chocolate é um fenômeno que ocorre há alguns anos, especialmente após a pandemia, e é reflexo de dois principais fatores: o aumento do preço do cacau no mercado internacional e o aumento dos custos de insumos importados e embalagens plásticas e de papel, devido à depreciação cambial. Itens com maior valor agregado, que utilizam embalagens mais sofisticadas e demandam mais mão de obra, podem ser preteridos pelos consumidores, redirecionando as preferências para itens com menor valor agregado, como barras de chocolate e bombons.

 

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