A direção do Hospital Geral realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, a tarde, para apresentar os déficits que o hospital têm no momento e quais medidas estão sendo tomadas para evitar a redução de serviços. Em sete meses, o hospital acumulou R$5.799 milhões de dívidas.
De acordo com Sandro Junqueira, diretor do Hospital, em 24 anos de existência esta é a maior dívida que o a unidade já acumulou. Os principais problemas apresentados são os altos valores de insumos que a pandemia deixou de herança e a defasagem da tabela SUS.
Para demonstrar o trabalho feito pelo Geral, Junqueira comentou que em média, no ano de 2022, 72% dos leitos do hospital ficaram ocupados. Mas, esta é uma média geral, se for setorizar em sua maioria as ocupações passam do 100%, como por exemplo, a UTI pediátrica tem 10 leitos, na semana passada 14 crianças eram atendidas.
Dos custos apresentados, o Hospital Geral gasta 23,8% em medicamentos e materiais. Este custo não é coberto pelo SUS. Junqueira demonstrou que um paciente no bloco cirúrgico gasta R$840 por hora, um internado gasta, em média R$547. Destes custos o SUS paga apenas 60% dos valores, o restante o hospital tem que cobrir.
Nesta quinta-feira 73 pacientes aguardavam leito sendo 41 de Caxias do Sul e 32 da região.
A direção do Hospital Geral apresentou também algumas ações que vem realizando para evitar a paralisação de serviços. A unidade já começou a atender convênios na radioterapia e as prefeituras da região estão comprando serviço ambulatoriais. A equipe também já se deslocou para a capital gaúcha e Brasília onde buscou emendas parlamentares.
A expectativa de Sandro Junqueira, caso não haja uma ação imediata é que o Hospital Geral feche o ano de 2022 com um déficit superior a 15 milhões.
Obras do Hospital Geral
As obras do Hospital são um trabalho em paralelo. Elas seguem ocorrendo com previsão da primeira parte entrega para outubro. Apenas as prefeituras de Caxias e Boa Vista do Sul colaboraram com doações financeiras para a campanha Todos pelo Geral. As duas cidades somaram cerca de R$1,4 milhões. Pessoas físicas somam R$4 milhões, deputados estaduais R$1 milhão, Governo do RS R$15 milhões e representantes federais R$4 milhões, totalizando cerca de R$33 milhões. A meta da campanha era arrecadar R$37 milhões.
O início dos serviços nessa nova ala do hospital também está comprometido, caso o Hospital não consiga organizar o financeiro. Uma das alternativas é buscar recursos junto aos municípios que o SUS de Caxias atende para prestar aporte financeiro.
Fotos: Paula Brunetto / Grupo RSCOM