Polícia

Grupo é condenado por utilizar revenda de carros para lavar dinheiro do tráfico em Caxias do Sul

Penas dos cinco réus somam mais de 15 anos de reclusão. Dois veículos de luxo, avaliados em R$ 400 mil, ficaram recolhidos pela Justiça

(Foto: Polícia Civil, Divulgação)
(Foto: Polícia Civil, Divulgação)

Cinco réus foram condenados a mais de 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em Caxias do Sul. Conforme a investigação policial, o grupo utilizava uma revenda de carros na área central da cidade para “limpar” o dinheiro vindo do tráfico de drogas. Dois veículos de luxo, um Cruze e uma BMW, avaliados em R$ 400 mil, ficaram recolhidos após o processo.

A investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) iniciou em fevereiro de 2019, pelo crime de tráfico de drogas, quando o líder do grupo, um homem de 38 anos, foi preso com um Cruze. Este automóvel estava no nome de um terceiro, que acionou a Justiça e conseguiu a restituição do carro.

Acontece que a investigação prosseguiu e descobriu o esquema de lavagem de dinheiro. Este outro homem, na verdade, era um “laranja” do traficante preso. Ou seja, ele fornecia os seus dados pessoais para ocultar os bens do traficante de qualquer fiscalização ou investigação.

O Cruze foi novamente apreendido pela Draco em 29 de novembro de 2019, quando foi deflagrada a operação contra este esquema de lavagem de dinheiro.

“O objetivo da investigação é a descapitalização, justamente fazer o crime organizado perder o poder financeiro. Isso diminui a atuação destes grupos criminosos. É um dos focos da Draco. Neste caso, o dinheiro do tráfico de drogas era utilizado, com nome de terceiros, os laranjas, para comprar e vender carros nesta revenda. Identificamos cinco pessoas que participavam deste movimento de valores”, explica o delegado Luciano Pereira, chefe da Draco.

O processo tramitou na 3ª Vara Criminal de Caxias do Sul e a sentença foi publicada no último dia 27 de fevereiro. Cinco réus foram condenados a penas de, pelo menos, três anos de reclusão cada. A pena mais alta ficou para o líder do grupo: o homem de 38 anos foi sentenciado a três anos e nove meses.

Durante o processo, este líder ficou preso entre fevereiro de 2019 e agosto de 2021, quando progrediu para prisão domiciliar, onde permanece até hoje. Pelo tráfico de drogas, ele foi condenado a seis anos e oito meses de reclusão.

Os outros participantes do grupo são a esposa deste líder, que tem 32 anos, o irmão do líder, de 37 anos, e outros dois homens, que eram utilizados como “laranjas” nos negócios: de 46 e 42 anos.