Memória LEOUVE

Gaúchos comemoram os 183 anos da Revolução Farroupilha

Acampamento, em Farroupilha, recebe centenas de pessoas neste feriado (Foto: Emílio Nunes)
Acampamento, em Farroupilha, recebe centenas de pessoas neste feriado (Foto: Emílio Nunes)


Um dia especial para os gaúchos, o 20 de setembro, movimenta tradicionalistas em diversas cidades do Rio Grande do Sul. Na região da Serra Gaúcha, famílias se reúnem em acampamentos, bailes, desfiles e o tradicional churrasco para celebrar os feitos dos antepassados. A data relembra a Revolução Farroupilha (1835-1845), o mais duradouro movimento de revolta civil no Brasil contra o Império e que envolveu diversos segmentos da sociedade.

Acampamento, em Farroupilha, recebe centenas de pessoas neste feriado (Foto: Emílio Nunes)

A alta taxação sobre o sal, o charque e o couro, foi um dos motivos que provocou a revolta dos rio-grandenses. O governo central, ao invés de auxiliar, de incentivar o crescimento econômico do Sul, optou por importar o charque do Uruguai e da Argentina.

O ponto inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835 quando Gomes Jardim e Onofre Pires, liderando homens armados, entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha. O ato motivou a fuga do então presidente da província, Fernando Braga.

Neste período, foi instaurada a República Rio-Grandense. O líder separatista, Bento Gonçalves, então preso na província da Bahia, foi aclamado presidente em 6 de novembro de 1836, junto com 4 vice-presidentes: Antônio Paulino da Fontoura, José Mariano de Matos, Domingos José de Almeida e Inácio José de Oliveira Guimarães.

A primeira capital da República foi a cidade de Piratini. Em 1839, forças lideradas pelo italiano Giuseppe Garibaldi e pelo gaúcho Davi Canabarro, proclamaram a República Juliana, na província de Santa Catarina, tomando a cidade de Laguna.

A nova república formou uma confederação com a Rio-Grandense mas não perseverou, pois não conseguiu tomar a capital provincial de Nossa Senhora do Desterro (depois chamada de Florianópolis).

A República Rio-Grandense foi dissolvida em 1 de março de 1845 pelo Tratado de Poncho Verde, que manteve em vigor algumas leis derivadas da constituição rio-grandense.

As comemorações do Semana Farroupilha até 1994 eram apenas ponto facultativo, O decreto estadual 36.180/95, amparado na lei federal 9.093/95, de autoria do deputado federal Jarbas Lima (PPB/RS), especifica que “a data magna fixada em lei pelos estados federados é feriado civil”.