“Formiguinhas”, é desta forma que a Dona Lídia Betanin Otobelli intitula seu grupo de costureiras. Localizado na Avenida Vinte e Cinco de Julho, 1016, Centro de Flores da Cunha, o atelier de Dona Lídia conta com 13 “formigas”, Patrícia, Íris, Alda, Lídia, Lucila, Iria, Nilda, Silvana, Silvane, Maria, Lurdes, Neusa e Alice.
O trabalho realizado por essas mulheres é totalmente voluntário e tem como objetivo confeccionar roupas para doação, com foco em roupas infantis. Este sonho teve inicio com a aposentadoria de Dona Lídia. Ela conta que este, sempre foi o sonho dela. “Eu comecei quando me aposentei, antes de me aposentar esse era meu plano, eu queria pegar e por um lugar para costurar para doações, ai eu me aposentei e consegui, relata Dona Lídia.
O começo não foi fácil, em meados de 2017 quando Lídia deu inicio ao seu projeto, ela tinha apenas duas ou três pessoas para ajuda-la, sem contar que não tinham as máquinas de costura e nem os tecidos para confeccionar as roupas, tinham apenas alguns retalhos. “Eu consegui comprar duas máquinas, uma outra foi a Galoneiro Centro Espírita que emprestou o dinheiro e a outra eu comprei com o dinheiro da minha aposentadoria. Com o tempo começou a chegar mais retalhos ai fomos nos animando cada vez mais”, diz Lídia.
Além das roupas convencionais, as “formiguinhas”, confeccionam cobertores para idosos e bebês, peças em crochê e tricô. Essas roupas são doadas para diversas entidades como o Hospital Geral, Hospital Fátima, Centro Clínico Del Mese e Hospital Saúde, bem como para pessoas que vão no próprio espaço delas para retirar as doações ou para comprar as peças que são vendidas por um valor simbólico.
Com o valor arrecadado nas vendas e também com as doações recebidas, as “formigas” conseguem
repor uma parte as linhas, elásticos, botões e tecidos necessários na confecção das roupas. Porém esse valor adquirido nem sempre é suficiente, então elas colocam o próprio dinheiro de suas aposentadorias para comprar o que falta. “A gente economiza de um lado, economiza do outro e vai sobrando do dinheirinho da aposentadoria da gente. As duas máquinas também eu tirei da minha aposentadoria. Seguro daqui, seguro dali para poder ter as coisas que a gente precisa aqui” diz Lídia.
O espaço utilizado hoje pelas “Formiguinhas” é disponibilizado pelos proprietários sem custo. Elas se encontram fixamente todas as terças-feiras a tarde e em alguns outros dias da semana com as mulheres que podem. Os retalhos que sobram ou que elas tem a mais, são doados para outra pessoa que confecciona roupas para bebês, que serão distribuídas em Caxias do Sul.
“O sonho está realizado, não imaginei chegar tão longe assim. Só agora nós precisamos de mais uma máquina de verlô de quatro fios, porque a gente tem bastante roupas para costurar. Se nós conseguir aquela, ótimo, senão a gente vai guardando o dinheirinho e até o fim do ano, compramos mais uma” diz Lídia.
Dona Lídia conta que o nome “Formiguinhas” se deu pelo fato delas terem começado pequenininhas. “A gente não tinha nada. Chegava aqui na terça-feira e se perguntava: vamos fazer o que? Uma não sabia costurar, outra também não e eu sabia costurar pouquinho. Nós aprendemos. Juntando o trabalho de todas se tornou um formigueiro. Só tenho a agradecer a minha equipe e a todos que nos ajudam”.
Quem quiser contribuir com linhas, elásticos, botões, retalhos e até mesmo com dinheiro para a compra da máquina de verlô, pode estar fazendo as doações diretamente com a Dona Lídia no espaço delas que está localizado na Avenida Vinte e Cinco de Julho, 1016, Centro de Flores da Cunha.