Fenakiwi representa retomada em vários sentidos, inclusive da cultura do Kiwi em Farroupilha

A 24ª edição da Fenakiwi, que ocorre de 7 a 24 de julho, já gera movimentação na cidade de Farroupilha. O presidente do evento, Gervásio Silvestrin falou sobre como a edição de 2022 pode representar a retomada em vários sentidos em relação a esta fruta e a outros âmbitos também. Um seminário na cidade também já teve sua programação divulgada para o próximo mês.

Para o presidente da Fenakiwi, engenheiro agrônomo e empresário, Gervásio Silvestrin, a edição de 2022 representa a retomadas. A retomada da Fenakiwi como a maior festa de Farroupilha, com realização bianual; retomada após a pandemia, pois a edição de 2020 precisou ser suspensa; e a retomada da cultura do kiwi: “estamos trabalhando com uma nova perspectiva, variedades, pesquisa, tecnologia e mercado favorável”, explica o presidente.

Silvestrin tem uma longa história com a fruta, esta que viu em 1987 o potencial que o alimento poderia alcançar se fosse mantido em condições ideais. A 1ª Fenakiwi ocorreu em 1991, com frutos importados pois os que haiam sido plantados no Estado ainda não estavam prontos. A cidade de Farroupilha já chegou a ter 130 hectares destinados a fruta, no entanto os pés foram acometidos por fungos de 2010 a 2016, devastando as plantações não só no Sul, mas em todo o país.

Há alguns anos, a produção vem sendo retomada e dados do Escritório Municipal da Emater de Farroupilha apontam que hoje o município possui aproximadamente 60 hectares de área plantada de kiwi, produzindo uma média de 25 toneladas por hectare (safra de 2021) e cerca de 50 famílias envolvidas na produção.

Para a retomada foi necessário investir em pesquisa e tecnologia para o desenvolvimento de mudas sadias. “Em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, buscamos plantas de kiwi resistentes ao fungo, pois esta solução estava sendo estudada a pedido da Nova Zelândia, um dos maiores produtores do mundo”, explica Silvestrin.

As plantas resistentes ao fungo são porta-enxertos que serão enxertados e protegerão as plantas quando a doença estiver no solo. Outra importante medida adotada para recuperar a produção do kiwi são as práticas corretas de plantio e manejo evitando que o fungo se propague, além de fungicidas apropriados para a prevenção de doenças.

Confira as variedades da fruta:

– Bruno: formato alongado com polpa verde e possui pelos. É um dos mais plantados em Farroupilha;

– Elmwood, Hayward e Monty: formato mais arredondado com polpa de coloração verde e pelos.
– Farroupilha, Golden King, MG06 e Yellow King: formato arredondado e não tem pelos. Caracterizam-se pela polpa amarela, sendo mais adocicados que as variedades de polpa verde;

– Farroupilha está iniciando o cultivo de variedades consideradas mais nobres e saborosas, de polpa amarela como a Soreli, de origem italiana que se adaptou muito bem ao nosso clima. Recentemente foram introduzidas da China, variedades de polpa vermelha que ainda estão em fase de pesquisa.

Atualmente 80% do kiwi consumido no Brasil é importado e os principais fornecedores são o Chile, Itália e Nova Zelândia. Diante disso, o mercado interno brasileiro está favorável para ser conquistado. Silvestrin afirma que o incremento na produção exige do agricultor investimento alto na estrutura para o plantio, irrigação, cobertura de tela para a proteção do vento e de granizo, porém, este custo é compensado pelas vantagens de ser uma cultura menos exigente e muito rentável.

No dia 8 de julho, no auditório da Universidade de Caxias do Sul, Rodovia dos Romeiros, 567, em Farroupilha, será realizado o 6º Seminário Nacional do Kiwizeiro. Organizado por um grupo de profissionais, entidades, empresas, universidades e a Prefeitura de Farroupilha, o evento discutirá ações e alternativas para a produção do kiwi.

As inscrições começam a partir das 8h, com a abertura inicial prevista para as 8h30.

Confira a programação completa:

9h: Tendências e Panorama Mundial da Produção e Mercado do Kiwi

Palestrante: Engº. Agrº. MBA Carlos Andrés Cruzat Gonzales – COMITÉ DEL KIWI DE CHILE

Cultivares de kiwizeiros no Brasil

Palestrante: Bióloga, Dra. Cláudia Martellet Fogaça – SEAPDR/DDPA