Cidades

Fêmea de tamanduá-bandeira, espécie ameaçada de extinção, é a nova integrante do Zoológico de Sapucaia

Cedido por instituição paulista, animal deve ser utilizado para acasalamento.

Tamanduá-bandeira (Foto: Leandro Souza/Sema)
Tamanduá-bandeira (Foto: Leandro Souza/Sema)

O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul (Região Metropolitana de Porto Alegre) recebeu nesta semana um novo “inquilino”: Kiara, uma fêmea de tamanduá-bandeira. Nascido e criado em uma instituição municipal de Cataduva (SP), o animal tem 12 anos e pelagem nas cores marrom, cinza e preto. Trata-se de um mamídero ameaçado de extinção.

A viagem de Kiara, a tamanduá-bandeira

O transporte de Kiara – mais de 1,2 mil quilômetros – foi realizado de forma gratuita, por meio do programa “Avião Solidário” da empresa Latam. Somente neste ano, a iniciativa já contemplou mais de 50 animais, que dessa forma são submetidos a viagens menos estressantes em comparação a deslocamentos terrestres.

Já o trajeto de quase 27 quilômetros entre o Aeroporto Salgado Filho (Zona Norte da capital gaúcha) e o novo lar da fêmea de tamanduá foi realizado sob acompanhamento de especialistas. A tarefa coube aos biólogos Vanessa Silva e Eduardo da Silva, juntamente com os tratadores André Palau, Geise Tavares e Taís Bortolli.

Quando vivem na natureza, os tamanduás-bandeira se alimentam basicamente de cupins e formigas. Sob cuidados de humanos, também recebem uma papa com frutas, proteína e ração para suplementar a dieta. O animal tem em média 2 metros de comprimento e pesa cerca de 40 quilos.

Seu nome científico é “Myrmecophaga tridactyla”. Já a palavra “tamanduá” vem do idioma indígena tupi-guarani e significa  “caçador de formiga”. Já o “bandeira” é uma alusão à enorme cauda peluda da espécie.

“Par romântico”

O plano é estimular Kiara a formar um “par romântico” com Gumercindo, macho um ano mais velho e que vive desde 2011 no zoo de Sapucaia, administrado pela Secretaria Estadial do Meio Ambiente e Infraestrutura). Nesta primeira etapa a dupla permanece lado a lado mas separada por uma tela, a fim de promover a aproximação.

A gestora do Parque, Caroline Gomes, ressalta: “Como os tamanduás são animais de hábitos solitários, ainda não sabemos se eles aceitarão morar juntos ou se terão encontros somente no período reprodutivo”. O estímulo à união para fins de acasalamento é prática comum entre zoológicos, a fim de preservar espécies ameaçadas.

“Todo o processo de transferência e recepção desse animal precisa de muita atenção e cuidado”, explica a madrinha a titular da Sema, Marjorie Kauffmann. “Devido à ameaça de extinção, o objetivo da união entre os tamanduás é a reprodução e, consequentemente, a conservação da espécie.”


Com informações de O Sul