O vereador Sandro Fantinel (sem partido) afirmou que o prefeito Adiló Didomenico “fará tudo que está ao alcance do seu Gabinete” para lhe ajudar no processo de cassação de mandato na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. A declaração aconteceu em um áudio enviado em um grupo de apoio ao parlamentar, que discutiam aliados que poderiam ajudar Fantinel.
Um dos participantes afirmou que o prefeito Adiló “controla a Maioria dos Vereadores na Câmara”. Na mesma mensagem, ele cita o ex-vereador (e atual secretário de Governo) Flávio Cassina, apontando ser “de Direita e Líder da Maçonaria”, como outro nome com poder na política municipal que poderia ajudar Fantinel.
Outro seguidor concordou, afirmando que “o prefeito deve apoio ao Fantinel ou no mínimo obrigação”. Foi quando o parlamentar caxiense enviou o áudio. Confira a transcrição completa:
“Li tua mensagem e te digo que já fui conversar com eles, o Adiló e o Cassina, os dois juntos. Até porque o Cassina está como secretário, também, hoje. Conversei com os dois juntos e o que o Adiló me respondeu que tudo que estiver ao alcance do Gabinete dele será feito para me ajudar. Porque ele julga que estão querendo condenar a morte um cara que roubou uma galinha. Estas foram as palavras que ele usou. E que ele não compactua com esse tipo de coisa. Então, ele que disse que tudo que estiver ao alcance do Gabinete dele será feito para me ajudar. Claro que não depende só dele, né? Não adianta ele mandar os vereadores fazerem uma coisa e eles fazerem outra. Não é que eles fazem aquilo que ele manda, né? Mas, enfim, ele se colocou, sim, a disposição de ajudar. Ele e o Cassina”, afirmou Fantinel no áudio.
Questionado pela reportagem do Leouve, o prefeito Adiló Didomenico negou a situação:
“Vou reiterar o que já disse várias vezes. Assunto do Poder Legislativo, o Executivo não interfere. A imprensa já sabe da minha postura. Eu não me meto em assunto do Poder Legislativo em respeito a independência dos Poderes”, declarou.
Fantinel enfrenta um processo de cassação de mandato, e também foi indiciado por racismo pela Polícia Civil, por suas declarações sobre os nordestinos, principalmente o povo baiano. O polêmico pronunciamento aconteceu durante a sessão da Câmara de Vereadores no dia 28 de fevereiro.
Após três semanas, o parlamentar retornou ao Poder Legislativo nesta quarta-feira (22). No grande expediente, durante 10 minutos, ele pediu desculpas ao povo baiano e também pelo constrangimento em que os colegas vereadores foram submetidos após suas falas.