José “Pepe” Mujica, ex-mandatário do Uruguai, faleceu aos 89 anos nesta terça-feira (13). Ele lutava contra um câncer de esôfago em estágio avançado e estava sendo acompanhado por uma equipe de cuidados paliativos.
O atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, confirmou a morte de Mujica e prestou homenagem em uma mensagem emocionada, destacando o papel dele como líder político e figura humana admirada por muitos.
Mujica havia recebido o diagnóstico de câncer em maio de 2024. Nos meses seguintes, passou por duas cirurgias entre setembro e dezembro, mas, mesmo com os procedimentos, a doença progrediu até o fígado. Em janeiro de 2025, ele declarou publicamente que sua condição era irreversível.
A esposa, Lucía Topolansky, também militante histórica, havia comentado recentemente que os cuidados estavam focados em oferecer conforto na fase final da vida de Mujica.
Uma vida de militância e simplicidade
Nascido em Montevidéu, em 20 de maio de 1934, Mujica teve uma trajetória política marcante. Atuou como guerrilheiro nos anos 1960 e 70, integrando o Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, o que o levou a passar 14 anos preso durante a ditadura militar.
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Com a redemocratização, foi um dos fundadores da Frente Ampla e, mais tarde, do Movimento de Participação Popular (MPP). Foi eleito deputado em 1994 e senador em 1999, conquistando grande votação em 2004. Assumiu o Ministério da Agricultura em 2005 e, no mesmo ano, casou-se com Lucía.
Eleito presidente em 2010, governou até 2015. Durante sua gestão, o Uruguai viu mudanças importantes, como a regulamentação do uso da maconha, a legalização do aborto e o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Conhecido pelo estilo de vida simples — ele vivia numa chácara modesta e doava parte do salário — Mujica ficou internacionalmente conhecido como um político que valorizava a sobriedade e o desapego material.
Após a presidência, voltou ao Senado, onde permaneceu até 2020, quando decidiu se afastar definitivamente da vida parlamentar.
Apoio decisivo nas eleições de 2024
Em um dos últimos atos públicos de impacto, Mujica apoiou Yamandú Orsi, seu antigo aliado político, durante a campanha presidencial de 2024. O candidato acabou eleito, retornando a esquerda ao comando do país.
