Agro Rural

Estiagem deve provocar queda de 40% na safra da uva em Farroupilha

Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM
Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Farroupilha (Sintrafar), Márcio Ferrari, comentou em entrevista ao Grupo RSCOM sobre a safra da uva, que tem início nestes primeiros dias de 2022, a estiagem que atinge a cidade e o decreto publicado na segunda-feira (10) que coloca Farroupilha em situação de emergência devido a falta de chuvas.

Conforme ele, a situação é critica, com muitos produtores já tendo perdas de cerca de 40% na produção, não apenas na uva, mas como em outras variedades. Conforme ele, estes são números desta semana, porém, caso não haja chuva nos próximos dias, é possível que este percentual aumente.

Márcio diz que os relatos são de produtores que já estão com seus estoques de água no limite, com falta até mesmo para o consumo humano. Em outros casos, já há pessoas buscando água em poços artesianos de vizinhos para usar na produção. Ele comenta que a situação vem se agravando há alguns anos.

“A situação é dramática. nós estamos passando pela terceira estiagem consecutiva, desde 2019 estamos vindo com estiagens e culminou nesta como sendo a pior devido a falta de chuva dos últimos três ou quatro anos, o que agrava de maneira muito intensa a situação. Temos rios da cidade secando que nunca secaram, vertentes de agricultores muito fortes que secaram também. Então a perspectiva é muito ruim daqui para frente. Se não houve chuvas consistentes a situação vai piorar muito”, disse.

O presidente também comentou que os preços das frutas para o consumidor final devem sofrer impacto com a estiagem. Produções como a da uva, do caqui e do kiwi, que devem ser colhidos em meados de abril, podem sofrer um aumento que ainda não pode ser calculado.

Com relação ao decreto de situação de emergência, Ferrari diz que ele veio na hora certa e, caso seja homologado pelo Governo Estadual, deve ajudar a cidade a passar pelo momento. Além disso, há um projeto para que se previna as próximas estiagens como a criação de novos poços artesianos. Este assunto deve ser debatido junto ao Conselho Municipal de Agricultura.

O presidente também falou sobre os cuidados necessários com a Covid-19 neste momento de colheita, em que alguns produtores contratam trabalhadores temporários. O Sindicato tem orientado os produtores para que atentem há alguns protocolos.

“Desde o início da pandemia fazemos alertas aos produtores. Neste momento de colheita principalmente é importante que se mantenha o distanciamento, que cada trabalhador tenha seu próprio material para hidratação e para a alimentação. Tudo isso é muito importante para que se evite casos de contaminação e termos problemas ainda maiores”, disse.

O decreto municipal, juntamente com as informações técnicas do município referente à situação em que se encontra, serão encaminhadas ao Governo do Estado para serem homologadas. Em caso de resposta positiva, o município poderá contar também com recursos estaduais e federais para auxiliar os produtores no enfrentamento à estiagem.