O Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esteve em Bento Gonçalves nesta sexta-feira (14) com o objetivo de identificar as principais demandas dos agricultores, após o desastre climático que assolou a região, no mês de maio.
Durante a manhã, nas dependências da Embrapa Uva e Vinho, foi realizada uma reunião com representante de entidades locais e autoridades políticas para conhecer as demandas existentes e suas urgências. Na parte da tarde, integrantes do Gabinete Itinerante realizaram diversas visitas em áreas afetadas.
Após a criação do Programa Emergencial de Reconstrução do Agronegócio no Estado do Rio Grande do Sul (PERSul), pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no final do mês de maio, o Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) deu início aos trabalhos em prol ao agro local.
A equipe do Ministério, composta por dez servidores, realiza reuniões com gestores e representantes locais, para entender o cenário após as fortes chuvas e cheias no Estado. O objetivo é oferecer um suporte efetivo aos produtores rurais que foram, duramente, atingidos por essa calamidade.
A Serra Gaúcha é a segunda região a ser visitada, após a região do Vale do Taquari, nos municípios de Encantado, Roca Sales, Muçum, Arroio do Meio, Lajeado, Estrela, Marques de Souza e Cruzeiro do Sul. O gabinete será responsável pela execução do Programa Emergencial de Reconstrução do Agronegócio do Rio Grande do Sul (PerSul), que terá vigência até o dia 31 de dezembro de 2024.
Perda social maior que da produção
De acordo com o diretor-chefe da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves, Adeliano Cargnin, o setor vitivinícola foi afetado, mais fortemente, na questão logística. “Em especial as vias rurais, as vias vicinais do interior. Quanto a perdas efetivas, um levantamento da Emater aponta uma perda de 500 hectares de vinhedos”, aponta.
Como o desastre climatológico ocorreu em uma época em que não havia produção, não houve perdas significativas. “As áreas afetadas representam algo em torno de 1%, da produção. Então, não haverá uma redução tão significativa, no montante”, garante.
Por outro lado, Cargnin, aponta um problema social para aquelas famílias e propriedades afetas. “Pelas características de serem propriedades pequenas, aqueles que perderam um ou dois hectares, representa de 50% a 60% da propriedade. Então a questão social dessas famílias é bem preocupante”, explica.
A Embrapa montou um grupo de trabalho, com apoio de outras instituições e da Câmara Setorial da Vitivinicultura do estado do Rio Grande do Sul, para ampliar os dados sobre perdas. “A intenção é ampliar esse levantamento já feito pela Emater, também utilizar o mapeamento via satélite que a Embrapa já fez. Agora é sair a campo para validar todo esse mapeamento e saber quais são as reais necessidades e ver o que é possível fazer para ajudar o agricultor”, finaliza o diretor.
Segundo o superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária no Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza, como houveram muitos deslizamentos e perdas de acessos às comunidades e propriedades do interior, os agricultores vão precisar de auxilio. “Cabe a este gabinete acordar, com as entidades representativas locais, quais perdas e danos mais representativos e urgentes e então fazer uma visita nesses locais”, comenta Souza.
Nova Petrópolis
Ainda nessa semana, o Gabinete Itinerante do MAPA esteve visitando a Cooperativa Piá, no município de Nova Petrópolis. Segundo o presidente da Cooperativa, Jorge Dinnebier, a expectativa é que o governo federal possa ajudar de forma efetiva os agricultores.
“Aproveitamos a oportunidade para apresentar a Piá e compartilhar a tradição do cooperativismo e seu papel no desenvolvimento da região. Esperamos que o Ministério possa ajudar a superar este momento difícil para que possamos retomar a rotina produtiva plenamente”, destaca.