A economia caxiense apresentou um crescimento de 4,2% no primeiro trimestre de 2023, número puxado pelos setores de Comércio e Serviços, com 13,1% e 5%, respectivamente, no acumulado do ano. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (4) na Câmara da Indústria Comércio e Serviços (CIC).
O mês de março representou o primeiro crescimento econômico de Caxias do Sul em 2023. Com um acumulado de 5,2% comparado com fevereiro deste ano. Neste período, o setor de Serviços e a Indústria tiveram desempenho positivo de 8,7 e 5,8%, respectivamente, enquanto o comércio teve redução de -2,6%. Ao comparar março do atual ano com 2022, foi possível verificar que a economia caxiense cresceu 6,1%, com os Serviços crescendo 18,7%, o Comércio avançou 14,1%, já a Indústria, retraiu -3,3%.
Um dos pontos abordados durante a coletiva de imprensa são as incertezas por parte do novo Governo Federal. Conforme o diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC Caxias, Tarciano Mello Cardoso, há uma espera para definições de políticas, principalmente fiscais e tributárias.
“Como a indústria caxiense é uma indústria de bens e capital, acaba sofrendo esses efeitos, a indústria sofrendo efeitos acaba carregando isso para o mercado de trabalho, por consequência o comércio e serviços são afetados de igual forma”, disse.
Sobre o fechamento do primeiro trimestre, ele destacou que não foi um período ruim. Afinal, representa um número menor de dias trabalhados, principalmente em janeiro e fevereiro, além do fluxo de pessoas ser reduzido por grande parte dos caxienses acabar rumando para outras cidades devido às férias.
“É um ano de estabilização, ou seja, a economia andando de lado, do que propriamente uma queda”, avaliou.
Preocupações para o comércio caxiense
O comércio de Caxias do Sul tem ao menos duas grandes preocupações: o endividamento e a inadimplência. Conforme a economista Maria Carolina Gullo, se tratam de duas questões diferentes. Enquanto a primeira se refere ao grande número de compras parceladas, o que praticamente todas as pessoas fazem mensalmente, a segunda diz respeito ao atraso e falta de pagamentos.
De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul as dívidas no mês de março se mantiveram em alta com uma taxa de 0,21% contra -0,59% do mês anterior. Ainda assim, é esperado que este indicador continue em elevação nos próximos meses.
O economista Mosár Leandro Ness destaca que quando há investimentos maiores do que os ganhos, qualquer evento que não esteja ligado aos gastos mensais, pode acabar comprometendo os rendimentos e colocando a pessoa na fila da inadimplência. E, para ele, esse é um problema crônico e que deve ser trabalhado dentro de casa.
“As pessoas continuam comprando de forma desordenada eu diria. Porque acabam comprometendo grande parte da sua renda. O primeiro passo seria haver uma reeducação financeira nas famílias para que possam, dentro desse cenário, disciplinar seu padrão de consumo”, pontuou.