Pois é, tenho andado quieto, meu note bem sabe o porquê. Época de eleições, exposição mínima, repercussão máxima. Esse negócio de andar em cima do muro é tão ou mais perigoso do que tomar posição. Pelo menos se o cara se expõe sabe que tem x aliados e y inimigos. É, como numa guerra, não dá para ficar neutro.
Não sei se o amigo notou o que está em jogo? É o futuro do estado e da Nação. Podemos começar a arrumar ambos ou acabar com o serviço iniciado há muitas décadas por esta elite cheia de privilégios que brinca com o erário como se fosse o cofrinho da vovó. O pensamento mágico e absolvedor dos políticos que nos assaltam deve ser: ninguém vai notar e nem vai fazer falta mesmo.
Sim, quando falamos de eleições estamos falando em economia pública e nos dias que vamos viver no futuro. Mas estamos falando de valores elevados e cristãos. Tem quem não perceba, mas os candidatos, e não apenas aquele que invoca um “glória a Deus” carregado no sotaque, falam de valores morais e espirituais ao defenderem suas teses sobre Estado, mesmo que este seja laico.
Pois o nosso parceiro de bar ou a pessoa que senta ao nosso lado na missa parecem não se dar conta de algo tão simples. Ao escolher um candidato buscamos alguém com valores próximos aos nossos. O candidato por nós escolhido pode não vir a ser o eleito pela maioria. Mas a escolha permanecerá conosco, para o bem e para o mal. Não é com o amigo ou o conhecido que vamos conviver para sempre. É preciso ter a noção de que esta pessoa que escolhe o candidato tal vai para a cama conosco e nos olhará no espelho pela manhã ao escovar os dentes.
Vou dizer sem mais rodeios: o político a governar o estado, o deputado a votar propostas e o futuro presidente vão dar as diretrizes de um país mais intervencionista ou liberal; com estatização de empresas ou privatização das mesmas; vai nomear novos ministros ao STF que determinarão um país mais igualitário ou mais conservador em seus costumes; abrirá as portas para populações de menor renda e instrução, para a diversidade cultural e racial ou então farão o contrário.
Sinto em muitas pessoas um saudosismo que até se justifica. A vida era menos complicada, era mais calma e segura. Havia menos gente, menos ódio, menos mortes. Havia o lampião a gás quando faltava energia quase todas as noites por falta de uma rede elétrica confiável agora, imagine o escândalo se por três noites seguidas faltar luz por duas horinhas em nossos lares confortáveis…
Apenas faço esta digressão para mostrar que a vida melhorou em muitos sentidos e piorou em tantos outros. Mas, voltar no tempo não é opção que nos é dada. É para a frente que se anda e procuramos ir da melhor forma possível. A única coisa que peço aos meus amigos é para pensar bem: não há solução simples nem mágica; não há volta ao passado possível e será preciso cada vez mais compreender as razões do próximo, afinal, seremos cada vez mais brasileiros vivendo no mesmo espaço que vivíamos 60 anos atrás, vai ser com lâmpadas led ou com luz de vela e lampião. A escolha é sua.