O cardeal Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, morreu hoje aos 87 anos na capital paulista. A informação foi confirmada em nota pela Arquidiocese de São Paulo.
De acordo com a entidade, o religioso morreu após “prolongada enfermidade, que suportou com paciência e fé em Deus”. Em março deste ano, ele renunciou à presidência da Ceama (Conferência Eclesial da Amazônia) diante do agravamento de um câncer no pulmão.
Nascido em Montenegro (RS), dom Cláudio foi arcebispo de Fortaleza e de São Paulo. De 2006 a 2011, trabalhou ao lado do Papa Bento 16 como prefeito da Congregação para o Clero. Ligado a temas ambientais, ele foi presidente da Ceama e da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, pediu que os fiéis agradeçam pela vida do cardeal Hummes em oração. O corpo será velado ainda hoje na Catedral da Sé, em horário a ser divulgado.
Dom Cláudio inspirou nome de papa Francisco
Em 2013, o papa Francisco afirmou a jornalistas que escolheu o nome de São Francisco de Assis após ser lembrado por Dom Cláudio, que estava a seu lado no momento da eleição, de que era preciso se lembrar dos pobres.
“Tinha ao meu lado o Cardeal Cláudio Hummes, o arcebispo emérito de São Paulo e também prefeito emérito da Congregação para o Clero: um grande amigo, um grande amigo! Quando o caso começava a tornar-se um pouco ‘perigoso’, ele animava-me”, disse Francisco.
Quando os votos atingiram dois terços, surgiu o habitual aplauso, porque foi eleito o Papa. Ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: ‘Não te esqueças dos pobres!’ E aquela palavra se gravou em minha cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assispapa Francisco, em 2013.
São Francisco de Assis (1182-1226) é o padroeiro dos humildes e um dos santos mais populares da Igreja Católica. O Vatican News, canal oficial do Vaticano, lamentou a morte de dom Cláudio em nota, ressaltando a relação próxima com o papa. “Ele tinha 87 anos e um grande coração pulsante pelos pobres. Os povos indígenas da Amazônia, como os missionários consagrados e leigos; os sedentos e famintos do ‘Sul do mundo’, como os operários mal pagos ou as vítimas das mudanças climáticas. Ele os tinha em mente o tempo todo”, disseram. Em junho do ano passado, depois que dom Cláudio recebeu um doutorado honoris causa da Universidade de Rosário, na Argentina, o papa Francisco escreveu a ele. O pontífice agradeceu pelo “exemplo que me deu durante a sua vida”, e descreveu o amigo como um dos “líderes que têm a coragem de abrir trilhas, caminhos e de provocar sonhos; a coragem de continuar sempre olhando o horizonte sobre os problemas e dificuldades do caminho”.
Fonte: UOL