As perdas sofridas pelos produtores rurais gaúchos em virtude da tragédia meteorológica estão sendo contabilizadas aos poucos. O levantamento de dados se concentra em pomares de laranjas e bergamotas; safras de soja, milho, feijão e arroz; pastagens e criações de bovinos, ovinos, peixes e abelhas. De norte a sul do Estado, a alta umidade do solo é a principal responsável pelos prejuízos, direta e indiretamente, de acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (30).
No caso dos citros, por exemplo, as plantações de laranja e bergamota têm apresentado frutos pequenos, com rachaduras na casca, aumentando as perdas e reduzindo a produtividade. Muitos frutos também foram afetados por doenças, que causaram estragos.
Na região de Caxias do Sul, seguem os levantamentos e mapeamento das áreas atingidas e de perdas nos municípios produtores. Diversos acionamentos de Proagro estão sendo verificados. Os agricultores não estão conseguindo acessar suas propriedades para realizar os tratamentos fitossanitários, seja pelo encharcamento do solo, seja pelos deslizamentos de terra, que estão bloqueando as estradas.
Nestas localidades, ocorre queda de frutos nas bergamotas Caí, Pareci e Ponkan. Os frutos de variedades mais tardias, como Montenegrina, Rainha e Murcott, que ainda estão em crescimento, apresentam rachaduras na casca e na polpa, aumentando as perdas. Quanto à produção de laranja, há baixa carga de frutos em razão de problemas nas fases de floração e fixação. As variedades mais precoces, como laranja do céu, estão em maturação e colheita.
A umidade e a nebulosidade ainda dificultam a colheita do milho em grande parte das lavouras do Rio Grande do Sul, já que os grãos não atingem a maturação nem o teor de umidade necessários para a operação. Nas regiões da Serra, Campos de Cima da Serra, Central e Campanha ocorreram danos qualitativos expressivos, que praticamente inviabilizam o uso e a comercialização dos grãos colhidos: muitas ocorrências de fungos, micotoxinas e germinação na espiga.
Em razão das adversidades, a colheita de milho avançou apenas 1% em relação à semana anterior e atingiu 93% da área cultivada no Estado. Restam ainda 6% das lavouras em maturação e 1% está em enchimento de grãos.